Por Carien du Plessis
JOHANESBURGO (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse nesta quarta-feira que as negociações sobre a resolução do conflito com a Rússia não podem começar com uma mera cessação das hostilidades.
"Se alguém pensa que deve-se congelar o conflito e depois ver como resolvê-lo, não entende", disse ele em um briefing online destinado a jornalistas africanos, após uma visita aos países africanos.
Mais de 100 rodadas de consultas e tentativas de cessar-fogo desde a anexação russa da Crimeia, em 2014, só resultaram na invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, disse.
Uma delegação de chefes de Estado africanos deve visitar a Ucrânia e a Rússia nos próximos dias na esperança de convencê-los a cessar as hostilidades, disse um porta-voz do presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, à Reuters no mês passado.
Ele disse na quarta-feira que ainda não havia data marcada para a missão.
Tal proposta significa que as tropas russas permanecerão em solo ucraniano mesmo quando as negociações de paz começarem. A Ucrânia disse anteriormente que as forças russas deveriam se retirar antes que tais negociações pudessem começar, enquanto Moscou quer que Kiev reconheça a soberania russa sobre a Crimeia como pré-condição para as negociações.
Kuleba tem estado em uma ofensiva de charme na África para ganhar apoio em um continente onde 30 dos 54 estados africanos membros da ONU votaram a favor da resolução da ONU condenando a invasão da Rússia.
"O que vemos em nossas relações com o continente agora é justo chamar de renascimento ucraniano-africano", disse Kuleba.
Ele não tinha detalhes sobre o que a missão de paz africana envolvia, mas a acolheu com satisfação.
"Estamos ansiosos para receber esses presidentes em Kiev", disse ele.