(Reuters) - A Ucrânia realizou nesta terça-feira um novo convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para visitar o país em breve e "compreender as reais razões e a essência da agressão russa e suas consequências", após comentários do brasileiro sobre a guerra que provocaram críticas de EUA e União Europeia.
Em publicação no Facebook (NASDAQ:META), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Oleg Nikolenko, disse que a Ucrânia tem interesse nos esforços do Brasil para encontrar uma solução para o conflito, mas rejeitou a abordagem brasileira que coloca "a vítima e o agressor na mesma escala".
"A Ucrânia não precisa ser convencida de nada. A guerra de agressão está sendo travada em solo ucraniano e está causando sofrimento e destruição incalculáveis... Confirmamos o convite a Luiz Inácio Lula da Silva para visitar a Ucrânia", escreveu Nikolenko.
Em visita a Abu Dhabi no domingo, Lula afirmou que a guerra foi decisão tanto da Rússia quanto da Ucrânia e criticou os Estados Unidos e os países europeus por fornecerem armas às forças ucranianas, o que contribuiria para a continuidade do conflito.
Na segunda-feira, o presidente ainda recebeu em Brasília o chanceler russo, Sergei Lavrov. O Kremlin tem apoiado as declarações de Lula sobre a necessidade de encontrar um grupo de países para mediar as discussões pela paz.
"Quaisquer ideias que levem em conta os interesses da Rússia merecem atenção e certamente precisam ser ouvidas", disse nesta terça-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, quando questionado por repórteres sobre as sugestões de Lula.
(Por Fernando Cardoso, em São Paulo)