Por Yuliia Dysa e Tom Balmforth
KIEV (Reuters) - A Ucrânia suspendeu na terça-feira os serviços consulares para homens em idade militar no exterior, exceto para aqueles que retornam à Ucrânia, informou uma linha de ajuda do governo, em meio a um esforço para aumentar o recrutamento para a guerra contra a Rússia.
A Ucrânia enfrenta uma escassez de soldados no campo de batalha contra um inimigo maior e mais bem equipado, quase 26 meses desde que a Rússia lançou sua invasão em grande escala.
O ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse no X que havia ordenado que medidas fossem tomadas para restaurar o que ele descreveu como tratamento justo para homens em idade de mobilização.
"O que parece agora: um homem em idade de alistamento foi para o exterior, mostrou ao Estado que não se importa com sua sobrevivência e depois vem e quer receber serviços desse Estado", afirmou ele.
"Isso não funciona dessa forma. Nosso país está em guerra."
Kuleba disse que o Ministério das Relações Exteriores esclarecerá em breve o procedimento para que homens em idade militar obtenham serviços consulares.
O banco de dados do Eurostat estima que cerca de 4,3 milhões de ucranianos foram registrados em países da União Europeia em janeiro de 2024, dos quais cerca de 20% são homens adultos, aproximadamente 860.000 pessoas.
A medida de Kuleba parece estar ligada a uma nova lei muito debatida que visa melhorar e acelerar a forma como os militares mobilizam civis para as Forças Armadas.
A lei, que entrará em vigor no próximo mês, exigirá que todos os homens em idade militar se apresentem aos escritórios de recrutamento para atualizar seus documentos, remotamente ou pessoalmente, no prazo de 60 dias. Os homens em idade militar no exterior precisarão desses documentos para receber serviços consulares.
"Permanecer no exterior não isenta o cidadão de seus deveres para com a pátria", disse Kuleba.