Por Pavel Polityuk e Natalia Zinets
KIEV (Reuters) - Um soldado ucraniano foi morto e outro ficou ferido combatendo separatistas pró-Rússia no leste, disse um porta-voz militar nesta quinta-feira, e Kiev acusou os rebeldes de violações crescentes do cessar-fogo.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, cuja iniciativa de fortalecer as Forças Armadas em um terço, ou 250 mil tropas adicionais, foi aprovada facilmente no Parlamento, classificou a trégua como a última chance de paz com os rebeldes.
As acusações de violência contínua dos dois lados mostram a fragilidade do acordo de paz firmado em Minsk, capital de Belarus, no mês passado, que exige a retirada de armamentos pesados da frente de batalha.
Cerca de seis mil pessoas já morreram nos combates desde que os separatistas pegaram em armas no leste da Ucrânia no ano passado em reação à derrubada do então presidente Viktor Yanukovick, apoiado por Moscou.
O conselheiro do Ministério do Interior, Zoryan Shkiryak, disse que os rebeldes não só não estão deixando de atirar e começando a recuar como estão reforçando suas forças no sul da província de Donetsk, próxima da cidade portuária de Mariupol, ainda em mãos do governo.
"Eles não estão retirando as armas, não estão respeitando o cessar-fogo, continuam a reposicionar unidades e aumentar o número de tanques e lançadores de foguetes", afirmou.
Outro porta-voz militar declarou que os separatistas atacaram posições de soldados ucranianos ou alvos civis 40 vezes nas 24 horas anteriores, incluindo 17 ataques de artilharia. Os rebeldes acusam as forças governamentais quase diariamente de bombardeios e disparos.
O Exército da Ucrânia, que ganhou experiência na luta contra os separatistas, será treinado por conselheiros estrangeiros.
"Iremos fornecer treinadores militares para as Forças Armadas ucranianas", disse o secretário de Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, a jornalistas após reunião com seu colega ucraniano em Kiev.
Nesta semana, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) declarou que no geral o cessar-fogo está sendo mantido e exortou as duas partes a continuar a retirar sua artilharia das áreas de conflito.
Desde a semana passada, jornalistas têm visto armas sendo enviadas de volta dos dois lados.
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que monitora a retirada, diz não poder confirmar totalmente as manobras, já que não teve acesso às localidades para onde alguns armamentos foram encaminhados.