BRUXELAS (Reuters) - A Comissão Europeia disse nesta sexta-feira que acredita que o novo governo anti-establishment da Itália cooperará "construtivamente" com seus parceiros da União Europeia.
A coalizão de governo italiana está se instalando nesta sexta-feira, acalmando assim os mercados assustados com a possibilidade de eleições antecipadas que poderiam se tornar, na prática, um referendo sobre o rompimento com o euro.
"Temos plena confiança na capacidade e na disposição do novo governo para se engajar construtivamente com seus parceiros europeus e com as instituições da UE para preservar o papel central da Itália no projeto europeu comum", disse uma porta-voz do Executivo do bloco em um boletim à imprensa em Bruxelas.
Classificando-as como "enganosas", ela minimizou reportagens que insinuaram que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, desrespeitou os italianos em uma conferência na quinta-feira.
O novo vice-primeiro-ministro nacionalista italiano, Matteo Salvini, chamou Juncker de "racista" devido a reportagens segundo as quais este teria dito que os italianos têm que trabalhar mais duro e ser menos corruptos.
Falando em inglês, o luxemburguês Juncker defendeu o apoio generoso da UE ao sul da Itália e disse que é responsabilidade dos líderes nacionais em Roma fazer mais para ajudar a região, impulsionar o emprego e combater a corrupção.
"Os italianos têm que cuidar das regiões pobres da Itália. Isso significa mais trabalho, menos corrupção, seriedade", afirmou.
"Nós os ajudaremos, como sempre fizemos. Mas não entrem nesse jogo de sobrecarregar a UE de responsabilidade. Um país é um país, uma nação é uma nação. As nações primeiro, a Europa em segundo".
A porta-voz disse nesta sexta-feira: "O presidente Juncker está comprometido a trabalhar com o novo governo italiano para enfrentar os muitos desafios que a Itália e a Europa estão encarando, do comércio à migração e muitos outros".
Ela disse que Juncker se encontrará com o novo premiê italiano, Giuseppe Conte, na semana que vem em uma reunião do G7 no Canadá.
(Por Francesco Guarascio)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES