Por Robin Emmott e Robert-Jan Bartunek
BRUXELAS (Reuters) - A China e a União Europeia irão tentar salvar na sexta-feira um acordo internacional contra as mudanças climáticas do qual o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parece prestes a retirar seu país.
No momento em que a China emerge como parceira global improvável da Europa em áreas como livre comércio e segurança, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, irá se reunir com autoridades de alto escalão da UE durante uma cúpula em Bruxelas, na qual também serão discutidos os testes de mísseis da Coreia do Norte.
Em um comunicado apoiado por todos os 28 países-membros, a UE e a China irão se comprometer com a implementação total do Acordo do Clima de Paris, disseram funcionários do bloco e da China.
O comunicado conjunto, o primeiro entre Pequim e Bruxelas, expressa o compromisso de reduzir o consumo de combustíveis fósseis, desenvolver mais tecnologia verde e ajudar a arrecadar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 para ajudar nações mais pobres a cortarem suas emissões de poluentes.
"A UE e a China consideram a ação climática e a transição para a energia limpa um imperativo mais importante do que nunca", dirá o texto assinado pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o premiê chinês.
"Os impactos crescentes da mudança climática exigem uma reação decisiva", dirão.
O plano de Trump de cumprir a promessa de campanha de tirar os EUA do pacto de Paris, firmado por quase 200 países em 2015, é dominante na atualidade.
A China, que superou os EUA como maior emissora de gases de efeito estufa do mundo em 2007, está pronta para apoiar a UE, apesar das tensões em outras questões, que vão dos direitos humanos ao comércio, de acordo com o embaixador chinês no bloco, Yang Yanyi.
"A China e a UE precisam aderir firmemente ao acordo de Paris", disse Yang em um informe por escrito aos repórteres.
Em um comunicado final mais abrangente centrado em uma série de outros temas, Li, Juncker e Tusk devem se comprometer com o livre comércio e com a redução de uma fartura global de aço que Europa e EUA dizem ser uma tentativa chinesa de encurralar mercados locais.
(Reportagem adicional de Philip Blenkinsop e David Stanway em Pequim)