Por Bart H. Meijer e Ingrid Melander
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia impôs nesta segunda-feira sanções a mais de 30 autoridades e organizações iranianas, incluindo unidades da poderosa Guarda Revolucionária do país islâmico, culpando-a por uma repressão "brutal" a manifestantes e por outros abusos dos direitos humanos.
Os Estados Unidos e o Reino Unido também emitiram novas sanções contra o Irã, refletindo uma deterioração nas já péssimas relações do Ocidente com Teerã nos últimos meses.
Os ministros de Relações Exteriores dos 27 países membros da UE concordaram com as medidas em uma reunião em Bruxelas.
As sanções visaram unidades e oficiais superiores do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica em todo o Irã, inclusive em áreas povoadas por sunitas, onde a repressão estatal tem sido intensa, mostrou uma lista publicada no Jornal Oficial da UE.
Alguns governos da UE e o Parlamento Europeu deixaram claro que querem que o IRGC como um todo seja adicionado à lista de organizações terroristas do bloco. Mas o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, observou que isso só poderia acontecer se um tribunal de um país da UE determinasse que o IRGC era culpado de terrorismo.
"Você não pode dizer 'eu o considero um terrorista porque não gosto de você'", disse ele a repórteres antes das conversações em Bruxelas.
As novas sanções foram impostas a 18 pessoas e 19 entidades. Os visados não podem viajar para a UE e quaisquer bens que detenham dentro da UE podem ser bloqueados.
As relações entre a UE e Teerã pioraram durante as iniciativas paralisadas para retomar as negociações sobre seu programa nuclear e após o Irã tentar deter vários cidadãos europeus.
O bloco também se tornou cada vez mais crítico em relação ao contínuo tratamento violento de manifestantes no Irã, incluindo execuções e a transferência de drones iranianos para a Rússia.
(Reportagem de Andrew Gray, Bart Meijer, Philip Blenkinsop e Parisa Hafezi)