Por Gabriela Baczynska e Elizabeth Piper e Alastair Macdonald
BRUXELAS (Reuters) - Os líderes da União Europeia concordaram em conceder à primeira-ministra britânica, Theresa May, um novo adiamento do Brexit até 31 de outubro, disseram autoridades, depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, se opôs a esforços da cúpula para dar ao Reino Unido uma extensão de mais um ano.
"Uma prorrogação do Brexit até 31 de outubro é sensível, já que dá tempo para o Reino Unido finalmente escolher seu caminho", disse o premiê de Malta, Joseph Muscat, no Twitter, acrescentando que uma cúpula em junho permitirá aos líderes da UE "fazer um balanço da situação".
Presidente de uma cúpula de líderes da UE que está sendo realizada, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi informar à May sobre o resultado e buscar a necessária concordância dela para um acordo final.
O acordo significa que o Reino Unido não deixará o bloco na sexta-feira e dá à May mais do que os três meses que ela havia pedido para conquistar o apoio de uma maioria parlamentar para o acordo de retirada que negociou com a UE no ano passado.
Mas, a pressão de Macron por um Brexit em junho e a forte oposição à preferência de outros líderes por uma prorrogação muito mais longa que poderia aumentar as chances do Reino Unido mudar de opinião e permanecer no bloco, fez com que a reunião terminasse com o meio-termo de outubro.
O dia 31 de outubro também corresponde ao final do mandato de cinco anos da atual Comissão Europeia.
Os líderes irão se reunir novamente em junho, disseram diplomatas da UE, para avaliar a situação. O Reino Unido pode já ter deixado o bloco até lá, se May conseguir formar uma coalizão de apoio a seu acordo com o oposicionista Partido Trabalhista --embora não haja nenhum sinal de resolução por enquanto.
Para continuar como um Estado membro da UE depois do dia 1º de junho, May concordou em realizar eleições britânicas para o Parlamento Europeu no dia 23 de maio, embora ainda seja incerto se essa votação acontecerá e em qual medida ela pode se tornar, na prática, um segundo referendo sobre a filiação à União Europeia que alguns esperam poder fazer com que o Reino Unido cancele o Brexit.
Os outros 27 países da UE haviam praticamente descartado levar o Reino Unido, e partes da economia do bloco, ao caos na sexta-feira. Entretanto, um esforço de Macron para manter um controle rígido sobre Londres com uma extensão que não ultrapassasse o mês de junho, fez com que a cúpula de emergência se visse presa em uma disputa de fim da noite, à medida que a chanceler alemã, Angela Merkel, e outros discutiam os méritos de conceder um adiamento de até um ano.