Por Sophie Hares
TEPIC, México (Thomson Reuters Foundation) - Aproximadamente uma de cada três pessoas na América Latina pagou uma propina no ano passado para funcionário públicos como policiais, professores e funcionários de hospitais, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira.
A maioria das pessoas ouvidas disse que a corrupção está aumentando e cidadãos de México e República Dominicana foram os que relataram pagamento mais frequente de propina, segundo estudo da Transparência Internacional.
Citando resultados da pesquisa feita em 20 países da América Latina e Caribe, a Transparência Internacional estima que mais de 90 milhões de pessoas na região pagaram uma propina em 2016.
Mas com medo de retaliação, somente uma em cada dez pessoas relatou às autoridades, segundo o grupo.
"Propina representa uma forma de enriquecimento para alguns e uma barreira importante de acesso a serviços públicos essenciais, especialmente para os mais vulneráveis", disse Jose Ugaz, presidente da Transparência Internacional.
Embora pessoas de todos os níveis tenham pago propina, as mais pobres foram mais atingidas, porque subornos representam uma porção maior da rendas, diz o relatório.
No México, 51 por cento das pessoas disseram ter pago propina no ano passado, seguidos por 46 por cento na República Dominicana e 39 por cento no Peru, de acordo com o relatório.
Cerca de 60 por cento das pessoas ouvidas pela pesquisa relataram sentir que a corrupção aumentou no ano passado.
No Brasil, a operação Lava Jato, que descobriu bilhões de reais em propinas pagas a políticos e empresas estatais por contratos lucrativos, mais de três quartos da população acredita que a corrupção está crescendo.
Maiorias na Venezuela, Chile e Peru também disseram que a corrupção está crescendo, segundo o relatório.
A polícia e políticos foram eleitos as autoridades mais corruptas por quase metade dos entrevistados. Três quartos dos venezuelanos disseram que a polícia é altamente corrupta, assim como quase 70 por cento dos paraguaios entrevistados.
Uma em cada cinco pessoas disse ter pago propina para funcionários em hospitais e escolas, setores vistos como tendo os maiores riscos de propinas, enquanto pagamentos para autoridades de tribunais são maiores na Venezuela e em Honduras, de acordo com o relatório.
Mais da metade dos entrevistados disse que seus governos faziam pouco no combate à corrupção.