BRUXELAS (Reuters) - O tribunal de recursos de Bruxelas determinou que o rei aposentado da Bélgica, Albert II, faça um teste de paternidade, revertendo decisão anterior em um processo movido por Delphine Boël, uma artista de 50 anos.
De acordo com o julgamento, divulgado por advogados de Delphine nesta segunda-feira, o rei Albert II deverá fazer o teste dentro de três meses ou corre o risco de ser considerado como pai da artista --embora seus advogados possam recorrer ao argumento legal da corte.
O monarca de 84 anos, que em 2013 abdicou do trono após 20 anos em favor de seu filho Philippe, contesta a alegação de Delphine há mais de uma década. Testes de DNA determinados judicialmente provaram que ela não é filha de Jacques Boël, herdeiro de uma das mais ricas dinastias industriais da Bélgica.
O tribunal não respondeu imediatamente ao contato da Reuters e a casa real não tinha comentário imediato. Advogados de Delphine disseram em comunicado que estavam satisfeitos com a "forte afirmação do princípio de atuar de acordo com os interesses da criança", à medida que ela busca confirmação legal de sua verdadeira identidade.
A identidade de Delphine se tornou tema de debate público após a publicação, em 1999, da biografia da rainha Paola, a mulher italiana de Albert, que alegava que ele teve um longo relacionamento fora do casamento, do qual nasceu uma filha na década de 1960.
Albert, que não tem nenhum cargo público formal, reconheceu que ele e Paola tiveram dificuldades no casamento. Seus três filhos são mais velhos que Delphine Boel. A próxima na linha de sucessão ao trono é Princesa Elisabeth, filha de 17 anos de Philippe e da rainha Mathilde.
(Por Daphne Psaledakis)