BRUXELAS (Reuters) - Os líderes da União Europeia (UE) ignoraram o governo de direita da Polônia nesta quinta-feira ao passar por cima das objeções do país e renomear o ex-premiê polonês Donald Tusk para presidir as suas cúpulas.
A sucessora de Tusk, a primeira-ministra polonesa, Beata Szydlo, seguindo orientações do líder do seu partido e adversário de muito tempo de Tusk, Jaroslaw Kaczynski, havia prometido impedir Tusk de conquistar um segundo mandato de 30 meses. Contudo, os outros 27 líderes não perderam tempo em realizar a votação na qual ela foi a única que se opôs.
Varsóvia descreveu a situação como uma de princípio fundamental, na qual interesses nacionais vitais haviam sido ignorados pela máquina de Bruxelas dominada pela “imposição alemã”. A derrota esmagadora mostrou o quanto o maior dos ex-Estados comunistas a aderir a UE depois da Guerra Fria parece isolado, mesmo no leste da Europa.
A disputa, apesar de ditada pela política interna polonesa, ofuscou o esforço, em reuniões em Bruxelas nesta quinta e na sexta, para formar uma frente comum, à medida que o Reino Unido se prepara para notificar formalmente o bloco sobre a sua saída em 2019.
Kaczynski disse que a votação mostrou que a UE era gerida pela Alemanha e estava atropelando interesses nacionais: “Se a UE não abandonar essa via, ela vai virar história”, disse ele em Varsóvia.
Horas depois da votação, depois que líderes acordaram posições comuns em economia, comércio, migração e outros temas, a premiê polonesa estava se recusando a assinar o registro oficial de conclusões.
(Por Gabriela Baczynska e Alastair Macdonald)