Por Brian Ellsworth
CARACAS (Reuters) - Universitários venezuelanos de oposição fizeram uma passeata nesta quinta-feira até as cercanias do Ministério da Defesa para pedir que as Forças Armadas "se coloquem ao lado" da Constituição e facilitem uma transição política.
A passeata começou por volta do meio-dia, com centenas de estudantes indo em direção a Fuerte Tiuna, o principal complexo militar em Caracas, onde o ministério está localizado. Havia oficiais, veículos militares e tropas de choque da Guarda Nacional ao redor da universidade e estradas próximas.
Os policiais impediram que os alunos passassem perto de Fuerte Tiuna, mas permitiram que uma comissão de seis jovens entregasse um documento a um homem uniformizado.
Na semana passada, o líder opositor Juan Guaidó iniciou uma nova onda de manifestações para derrubar o Partido Socialista, sigla profundamente impopular que vem se mantendo no poder apesar de uma crise econômica avassaladora – mas a estratégia de Guaidó de voltar às ruas deixou muitas pessoas incrédulas.
O comparecimento aos protestos que ele convocou no sábado foi muito menor do que o visto no início do ano. Em janeiro, Guaidó se autodeclarou presidente interino depois de declarar a reeleição de Maduro em 2018 uma fraude. Seus apoiadores estão frustrados por ver Maduro ainda no cargo 10 meses depois, apesar de os Estados Unidos terem adotado sanções agressivas e mais de 50 países, entre ele o Brasil, terem reconhecido Guaidó como presidente legítimo.
O protesto desta quinta-feira também pareceu ter atraído menos estudantes do que antes, embora os presentes tenham dito que continuam determinados.
Guaidó já fez várias exortações para que os comandantes militares se rebelem, mas um levante de 30 de abril perdeu ímpeto depois que o alto escalão declarou lealdade a Maduro.