Por Francesco Guarascio e Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia não conseguiu chegar a um consenso nesta segunda-feira sobre como distribuir 40.000 postulantes a asilo atualmente na Grécia e na Itália entre seus membros ao longo dos próximos dois anos, adiando a decisão até o fim deste ano, disseram diplomatas do bloco.
Depois da morte de 700 pessoas num barco pesqueiro que rumava da Líbia para a Itália em abril, os líderes da UE pediram um acordo sobre um plano de realocação até o fim de julho, um movimento potencialmente divisionista em alguns países onde partidos e movimentos populistas de extrema-direita contrários à UE estão ganhando terreno.
Os ministros de Assuntos Internos do bloco concordaram em respeitar as indicações da cúpula ao se comprometer com a realocação de 40.000 postulantes a asilo que devem chegar à Grécia e à Itália nos próximos dois anos, mas os números exatos para cada Estado membro serão definidos em outra reunião em dezembro.
Cerca de 150.000 imigrantes que fogem de guerras e da pobreza chegaram à Europa por via marítima até agora em 2015, afirmou a Organização Internacional para as Migrações, a maioria deles na Itália e na Grécia, dois países já atingidos por uma longa crise econômica. Centenas de pessoas se afogaram nas travessias.
Um acordo é fundamental, já que a UE também precisa voltar sua atenção para o crescente número de requerentes de asilo que atravessam a península dos Bálcãs para chegar à Europa Central.
A Hungria recebeu o maior número de pedidos de asilo no primeiro trimestre de 2015 na UE, de acordo com dados do bloco, e iniciou a construção de uma cerca de segurança ao longo da fronteira com a Sérvia para impedir a entrada de imigrantes ilegais.
"Estamos quase lá", disse o comissário de Migração da UE, Dimitris Avramopoulos, em entrevista coletiva no fim da reunião extraordinária. "Estou decepcionado, mas foi um passo importante", disse ele.