Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Vaticano intensificou sua oposição à eutanásia nesta terça-feira, qualificando-a como um "ato de homicídio" que nunca pode ser justificado ou tolerado.
Um novo documento, emitido no momento em que mais países cogitam legalizar a eutanásia ou o suicídio assistido, disse que parlamentares e políticos que apoiam tais leis são "cúmplices".
Profissionais de saúde católicos nunca devem colaborar ativa ou passivamente, e os governos devem proporcionar o direito a uma objeção conscienciosa, disse o documento.
O texto de 20 páginas, intitulado "O Bom Samaritano" e redigido pela Congregação para a Doutrina da Fé, o escritório doutrinal do Vaticano, incorporou comunicados anteriores da Igreja Católica a respeito de questões ligadas ao encerramento da vida, mas empregou uma linguagem mais dura.
"A eutanásia, portanto, é um ato intrinsecamente malévolo, em toda situação ou circunstância", disse o documento. "A eutanásia é um ato de homicídio que nenhum fim pode justificar e que não tolera qualquer forma de cumplicidade ou colaboração ativa ou passiva".
Uma seção destaca os parlamentares, dizendo que, se aprovam leis sobre eutanásia e suicídio assistido, tornam-se "cúmplices de um pecado grave que outros executarão".
A eutanásia envolve a participação ativa de um médico no encerramento da vida de um paciente, enquanto no suicídio assistido o médico proporciona uma substância letal a ser administrada pelo próprio paciente.
As duas práticas são legais em graus variados em cerca de 10 países e em vários Estados norte-americanos.
Em fevereiro, parlamentares portugueses aprovaram projetos de lei que descriminalizariam a eutanásia e o suicídio assistido, mas que ainda não foram sancionados. A Nova Zelândia deve realizar um referendo a respeito de ambos em outubro.
O documento sustenta que legitimar a eutanásia ou o suicídio assistido é "um sinal da degradação dos sistemas legais".
Em uma seção destinada aos profissionais de saúde católicos, o documento disse que sua cooperação "precisa ser excluída" porque "precisamos obedecer a Deus, e não aos homens".
Os governos "precisam reconhecer o direito (dos profissionais de saúde) a uma objeção conscienciosa", disse o texto.