Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Vaticano informou neste sábado que a sua polícia prendeu um monsenhor que trabalhou como diplomata em sua embaixada em Washington e é suspeito de possuir pornografia infantil nos Estados Unidos e no Canadá.
Uma declaração identificou o acusado como monsenhor Carlo Alberto Capella e disse que ele foi preso no sábado no Vaticano, depois que um mandado foi emitido pelo magistrado-chefe da Santa Sé ao final de uma investigação.
O Vaticano disse na declaração que Capella, que foi chamado de volta da embaixada do Vaticano em Washington em agosto do ano passado, foi preso de acordo com artigos de uma lei de 2013 assinada pelo papa Francisco. Os artigos citados na declaração dizem respeito à pornografia infantil.
Se indiciado, o monsenhor terá que ser julgado no Vaticano e poderá pegar até 12 anos de prisão.
O escândalo é o mais recente golpe para a Igreja Católica, em sua luta para superar casos repetidos de abuso sexual entre o clero.
O papa Francisco declarou tolerância zero em relação a escândalos de abuso que afetam a Igreja por décadas, mas os críticos dizem que ele não faz o suficiente, particularmente para responsabilizar os bispos por não tomarem as providências apropriadas ou encobrirem casos de abuso.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos notificou a Santa Sé em agosto de uma possível violação das leis relacionadas a imagens de pornografia infantil por um membro do corpo diplomático da Santa Sé acreditado em Washington, disse o Vaticano em setembro.
Um porta-voz do Departamento de Estado disse em setembro que os EUA pediram que a imunidade diplomática do homem fosse dispensada para abrir o caminho para um possível processo, mas o Vaticano rejeitou o pedido.
Capella ingressou no corpo diplomático em 2004 e, antes de servir em Washington, ocupou cargos diplomáticos em Hong Kong e na Itália.
Não foi possível contactar Capella, que o Vaticano disse estar sendo mantido em uma cela no quartel da polícia do Vaticano.
Depois que Capella foi chamado de volta a Roma, a polícia em Windsor, no Canadá, disse que havia emitido um mandado de prisão contra ele por suspeita de possuir e distribuir pornografia infantil na internet.
Uma declaração da polícia canadense na época disse que as suspeitas de crimes ocorreram enquanto ele visitava "um local de culto" no Canadá.