Por Corina Pons e Andreina Aponte
CARACAS (Reuters) - Um representante do Vaticano tentou na noite de terça-feira recuperar as negociações entre o governo da Venezuela e a oposição, após os adversários do presidente Nicolás Maduro dizerem que iriam ficar de fora das reuniões a menos que fossem feitas concessões.
A oposição da Venezuela desprezou uma reunião marcada com autoridades do governo na terça-feira, dizendo que promessas feitas pelo governo não foram mantidas.
As esperanças de uma aproximação verdadeira durante as negociações formais, que começaram em outubro com a mediação do Vaticano, sempre foram escassas. Ambos os lados estão em desacordo, com a oposição buscando a expulsão do socialista Maduro, enquanto as autoridades do governo garantem que ele não deixará o cargo antes do fim do seu mandato em 2019.
"Apenas nos reuniremos com o governo quando eles cumprirem o que foi acordado", disse o líder da coalizão de oposição Jesus Torrealba após reunião com mediadores.
Os dois lados fizeram tentativas de chegar a um acordo, incluindo deixar potencialmente que doadores estrangeiros providenciem alimentos e remédios ao país e trabalhar na direção de substituir diretores da autoridade eleitoral nacional, a quem a oposição chamou de fantoches do governo.
A oposição também pressionou pela liberação do que diz ser mais de 100 ativistas presos. Alguns foram liberados desde o início das negociações, mas a oposição disse ser insuficiente.
Ambos os lados, no entanto, irão continuar se reunindo com os facilitares do diálogo, disse Torrealba. Ele acrescentou que os facilitadores fizeram propostas para retomar o diálogo "para que seja útil para o país e gere resultados."
O enviado do Vaticano, Claudio Maria Celli, afirmou após reuniões com ambos os lados que eles teriam uma reunião técnica até 13 de janeiro para discutir questões incluindo "justiça e direitos humanos" bem como "gerar confiança no calendário eleitoral".