Por Diego Oré
CARACAS (Reuters) - A Venezuela ampliou o fechamento parcial de sua fronteira com a Colômbia e enviou mais três mil soldados à área para uma ação de repressão do crime que fez milhares de colombianos fugirem do país onde residiam e levou a acusações de abusos de direitos humanos.
A disputa na divisa ainda desencadeou um cisma diplomático entre o governo socialista do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e a administração conservadora de seu colega, Juan Manuel Santos, na Colômbia.
Críticos dizem que Maduro está criando uma distração e apelando ao nacionalismo antes da eleição parlamentar de dezembro, na qual pesquisas mostram seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) em desvantagem.
O governo afirma que está enfrentando gangues do crime organizado que espalham violência contra os moradores na fronteira e drenam a economia da Venezuela, já atingida pela recessão, contrabandeando bens de consumo subsidiados, que vão da farinha à gasolina.
Depois de interditar os principais pontos de cruzamento no Estado de Táchira no mês passado, Maduro também ordenou o fechamento da passagem de Paraguachón, no Estado de Zulia, no norte do país, na segunda-feira.
As comunidades indígenas locais Wayu e Guajiro, entretanto, serão poupadas da medida, que foi concebida para "conter o avanço do crime, dos criminosos, paramilitares e contrabandistas", acrescentou Maduro em uma reunião de gabinete.
Ele enviou três mil militares para a fronteira de 2 mil e 219 quilômetros, que se juntam aos dois mil já na região.
Maduro ainda decretou um "estado de exceção" em três municípios de Zulia. Há uma medida semelhante em vigor em cinco municípios de Táchira, o que significa que as garantias constitucionais estão temporariamente suspensas.