Por Diego Ore
CARACAS (Reuters) - O governo socialista da Venezuela afirmou nesta quarta-feira ter coletado mais de três milhões de assinaturas pedindo que o presidente dos EUA, Barack Obama, revogue as medidas que declararam o país uma ameaça de segurança.
Na pior crise entre os dois inimigos ideológicos desde que Nicolás Maduro assumiu o poder em 2013, Washington anunciou no início deste mês a existência de uma "emergência nacional" devido a "uma incomum e extraordinária ameaça" vinda da Venezuela e aplicou sanções contra sete autoridades venezuelanas, acusadas de abusos contra os direitos humanos e corrupção.
Em resposta, Maduro acusou Washington de planejar invadir a Venezuela e transformou praças públicas por todo o país de 29 milhões de habitantes em centros de recolhimento de assinaturas para apoiar uma petição de cunho nacionalista, de autoria do Partido Socialista.
A oposição tem denunciado que os venezuelanos, especialmente funcionários públicos, estão sendo obrigados a assinar.
"De acordo com nossas projeções, vamos coletar 10 milhões de assinaturas para dizer ‘Obama: revogue a ordem executiva", disse Jorge Rodriguez, um representante graduado do Partido Socialista. Ele confirmou que três milhões de pessoas haviam assinado a petição em duas semanas.
Maduro espera entregar as assinaturas a Obama durante a Cúpula das Américas, a ser realizada no Panamá no próximo mês.
Embora representantes do governo dos EUA tenham dito que as medidas têm a intenção apenas de punir as sete autoridades venezuelanas, negando a existência de uma agenda mais ampla, aliados da Venezuela, incluindo países como Rússia e Argentina, emitiram mensagens de apoio aos venezuelanos.
O bloco de países sul-americanos Unasul também condenou a "interferência" dos EUA.