CARACAS (Reuters) - O governo da Venezuela disse nesta quarta-feira que expulsou o embaixador alemão por interferir nos assuntos internos do país, dois dias após o diplomata ter recebido o líder da oposição, Juan Guaidó, no aeroporto de Caracas.
O governo do presidente Nicolás Maduro disse que o embaixador Daniel Kriener tinha 48 horas para deixar a Venezuela e o acusou de violar as normas diplomáticas internacionais, apesar de não detalhar as ações que levaram à sua expulsão.
"A Venezuela considera inaceitável que um diplomata estrangeiro desempenhe, em seu território, um papel público de apoio a um líder político alinhado com a agenda conspiratória de setores extremistas da oposição venezuelana", disse o governo em um comunicado.
Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha confirmou que a Venezuela havia expulsado o embaixador.
Kriener, junto com embaixadores e diplomatas de outras embaixadas europeias, foi ao aeroporto na segunda-feira para apoiar Guaidó, que arriscou ser preso em seu retorno à Venezuela por desrespeitar uma proibição imposta judicialmente de viajar para visitar outros países latino-americanos.
A maioria das nações ocidentais, incluindo a Alemanha, reconhece Guaidó como o legítimo chefe de Estado da Venezuela e apoia seu plano de instalar um governo de transição antes das eleições livres. Guaidó denuncia Maduro como um usurpador cuja reeleição, em 2018, resultou de votos fraudulentos. Maduro diz que ele é vítima de um golpe.
A embaixada alemã não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre sua expulsão.
(Por Angus Berwick)