Por Vivian Sequera e Corina Pons
CARACAS (Reuters) - O governo da Venezuela libertou um jornalista norte-americano e um colega venezuelano na quarta-feira, após os dois passarem mais de 12 horas sob custódia em uma medida que provocou nova represália internacional contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
Na mais recente reação à tentativa do líder da oposição Juan Guaidó de desafiar o governo, Maduro também expulsou o embaixador alemão, acusando-o de repetidas intromissões nos assuntos venezuelanos. Os Estados Unidos disseram que o país deve impor sanções aos bancos da Venezuela para aumentar a pressão sobre Maduro para deixar o cargo.
A maioria dos países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha, reconheceu Guaidó como o legítimo chefe de Estado do país da Opep e apoia seu plano de instalar um governo de transição e convocar eleições livres. Guaidó diz que a reeleição de Maduro em 2018 resultou de uma votação fraudulenta e o culpa por um colapso econômico que levou à escassez generalizada e à hiperinflação.
Maduro --que diz ser vítima de uma tentativa de golpe e de uma "guerra econômica" liderada pelos Estados Unidos-- mantém o controle das funções estatais e o apoio das Forças Armadas.
Agentes militares da contrainteligência venezuelana detiveram o jornalista norte-americano Cody Weddle e seu colega venezuelano Carlos Camacho na manhã de quarta-feira, informou no Twitter o Sindicato Nacional da Imprensa da Venezuela.
Camacho foi libertado à noite depois de 12 horas sob custódia, afirmou o sindicato, enquanto a estação de televisão de Miami WPLG Local 10 disse que Weddle também havia sido solto e estava no principal aeroporto de Caracas esperando para embarcar em um voo para os EUA.
A WPLG, um dos canais para os quais Weddle trabalha, não citou suas fontes sobre a libertação do jornalista, mas disse que a mãe dele ficou "aliviada" ao saber das novidades. A Reuters não conseguiu contactar Weddle para comentários.
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a libertação. O governo não comentou sobre a detenção durante todo o dia.
A prisão de Weddle, ocorrida uma semana após a Venezuela deportar uma equipe da rede de televisão Univision, foi condenada por Guaidó, pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, e por vários parlamentares norte-americanos de ambos os partidos.
Kimberly Breier, a principal diplomata dos EUA no hemisfério ocidental, disse no Twitter que o Departamento de Estado estava "ciente e profundamente preocupado com relatos de que outro jornalista americano foi detido na Venezuela", sem citar Weddle.