Por Alexandra Ulmer e Deisy Buitrago
CARACAS (Reuters) - A Venezuela prendeu nesta quinta-feira duas autoridades que já comandaram o Ministério do Petróleo e a companhia energética estatal PDVSA, como parte de um expurgo na indústria, medida vista como uma jogada do presidente Nicolás Maduro.
Nas prisões de maior escalão até o momento, o engenheiro Eulogio Del Pino e o químico Nelson Martínez foram detidos sob acusações de corrupção e tentativa de sabotar a debilitada indústria energética do país, disse o procurador Tarek Saab em discurso televisionado.
Ele acusou Del Pino de ter participado em um esquema de corrupção e sabotagem de 500 milhões de dólares na joint venture Petrozamora com a russa Gazprombank e disse que Martínez havia permitido que um improdutivo acordo de refinanciamento para a Citgo Petroleum da Venezuela, refinaria nos Estados Unidos que costumava comandar, seguisse adiante sem aprovação do governo.
"Estamos falando sobre a desmontagem de um cartel de crime organizado que havia tomado conta da PDVSA", disse Saab conforme a TV estatal exibia um vídeo de agentes da inteligência militar batendo em uma porta e imagens dos dois homens sendo presos.
Maduro prometeu uma vasta operação anticorrupção para limpar a indústria petroleira de máfias. Cerca de 65 executivos já foram detidos, pondo funcionários da PDVSA em pânico, privando a indústria petroleira do país de grande parte de seu alto escalão e adiando tomada de decisões na companhia que supervisiona as maiores reservas de petróleo do mundo, segundo especialistas.