(Reuters) - As autoridades da Venezuela impediram neste domingo que dois ex-presidentes latinoamericanos visitassem na prisão o líder opositor Leopoldo López, preso há quase um ano após liderar uma onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro.
Os ex-mandatários Sebastián Piñera, do Chile, e Andrés Pastrana, da Colômbia, ambos conservadores que mantiveram alianças com os Estados Unidos durante seus governos, foram impedidos de entrar na prisão militar onde López espera condenação, no que se considera um sinal de restrições aos direitos humanos na Venezuela.
"Leopoldo López é um político. Pode-se discordar de suas ideias, mas não privá-lo de sua liberdade", disse Piñera na entrada da prisão de Ramo Verde.
López é acusado de incitar a violência que se desencadeou três meses de protestos e de ser o autor material de danos e incêndios no início das manifestações que, em última instância, deixaram ao menos 43 mortas.
Maduro disse que a vista dos ex-presidentes forma parte de uma estratégia de apoio "da extrema direita", que busca desestabilizar seu governo.
O presidente socialista, que se refere a López como "o mostro de Ramo Verde", acusa seu opositor de ser um criminoso que planejou seu assassinato, descartando qualquer pedido de libertação.
López, um carismático, é a face de uma facção militante de oposição. Seus aliados o consideram um preso consciência que exerce seu direito de protesto, ainda que o governo negue perseguição política.
O governo dos Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas pediram sua libertação.
(Reportagem de Liamar Ramos e Brian Ellsworth)