Por Vivian Sequera
CARACAS (Reuters) - A Venezuela negou a prorrogação de vistos a observadores eleitorais da União Europeia e eles devem deixar o país no fim de semana, disse nesta sexta-feira uma fonte com conhecimento do assunto.
Os observadores das eleições regionais de 21 de novembro, que chegaram ao país em outubro, deveriam permanecer na Venezuela até 13 de dezembro, segundo membros do comando da missão conhecida pela sigla MOE UE.
“A permanência não foi prorrogada, por isso eles têm de partir este fim de semana”, disse a fonte, que não quis ser identificada por não ter autorização para falar sobre a missão, cuja única porta-voz é Isabel Santos, chefe da delegação. Isabel Santos está fora do país desde o final de novembro.
A fonte não especificou porque os vistos não foram prorrogados.
A missão informou na sexta-feira em um breve comunicado que "a proclamação dos candidatos (vencedores) foi realizada e agora os membros da MOE UE vão efetivamente deixar Caracas no dia 5 de dezembro... A MOE UE vai voltar à Venezuela no início de 2022 para apresentar o seu relatório final", sem mencionar a questão dos vistos.
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, assim como o Ministério das Relações Exteriores e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), instância máxima eleitoral no país e que convidou a União Europeia a enviar observadores em maio.
No seu relatório preliminar, a missão da UE afirmou no dia 23 de novembro que houve melhores condições do que nas eleições anteriores, mas foram registradas situações arbitrárias como a desqualificação de candidatos, atrasos na abertura e encerramento de mesas nos centros de votação, bem como o “uso ampliado de recursos do Estado na campanha".