Por Shaylim Valderrama e Vivian Sequera
CARACAS (Reuters) - Uma grande falta de energia atingiu a Venezuela nesta quinta-feira, de acordo com testemunhas da Reuters, um problema que o governo do presidente Nicolás Maduro rapidamente apontou como resultado de uma "sabotagem" em uma hidrelétrica que fornece a maior parte da energia do país.
A falta de eletricidade é frequente na Venezuela, onde a economia está em colapso sob a hiperinflação, com falta crônica de alimentos e medicamentos e uma emigração em massa de mais de 3 milhões de pessoas.
Críticos afirmam que a corrupção e o baixo investimento deixaram a rede de transmissão de energia do país incapaz de funcionar, enquanto Maduro afirma que os problemas são causados intencionalmente por adversários políticos.
Multidões tomaram a principal avenida de Caracas. Muitas pessoas afirmaram esperar que teriam de caminhar por várias horas para chegarem em suas casas devido aos poucos ônibus nas ruas que estão lotados e ao fato de o sistema de metrô da cidade estar desativado.
"A pessoa responsável por isso chama-se Nicolás Maduro", disse Pedro Fernández, 44, um engenheiro de sistemas no bairro de Altamira, em Caracas, enquanto caminhava para o outro lado da cidade.
"Isto é só a ponta do iceberg, dadas todas as coisas que estamos sofrendo."
A mídia local e usuários do Twitter relataram que a falta de energia afetava Caracas assim como 15 dos 23 Estados do país. Um repórter da emissora de TV estatal descreveu o episódio como um "blecaute nacional".
"Eles atacaram a geração e transmissão da (hidrelétrica) Guri, espinha dorsal do sistema elétrico", disse o ministro da Eletricidade, Luís Motta, na TV estatal sem fornecer evidências.
Ele disse que o serviço seria restabelecido em cerca de três horas.