Por Shaylim Valderrama
CARACAS (Reuters) - O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, pediu nesta segunda-feira que partidários continuem a tomar as ruas do país em protesto contra cortes de água e energia, no momento em que o governo do presidente Nicolás Maduro parece pronto para iniciar um programa de racionamento.
Manifestações dispersas continuaram por diversos bairros operários da capital Caracas nesta segunda-feira, com pequenos grupos de pessoas bloqueando vias e exigindo o retorno do fornecimento de água, depois que uma semana de apagões intermitentes deixaram diversas áreas sem eletricidade.
Isso aconteceu após protestos nos arredores de Caracas nesta segunda-feira, quando policiais dispararam depois que moradores montaram barricadas em chamas, de acordo com testemunhas da Reuters. O país sul-americano rico em petróleo foi atingido por duas ondas de debilitantes apagões desde 7 de março.
“Toda vez que a energia cair, ou que nós não tivermos água, ou não tivermos gás, adivinhem o que vamos fazer?”, disse Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional controlada pela oposição, durante manifestação na Universidade Católica do país. “Nós vamos protestar, nós vamos fazer exigências, nós vamos tomar as ruas da Venezuela, porque é nosso direito.”
Guaidó invocou a Constituição venezuelana para reivindicar a Presidência interina do país em janeiro, afirmando que a reeleição de Maduro em 2018 foi ilegítima.
Maduro tem culpado tanto o governo dos Estados Unidos quanto a oposição interna por “ataques” contra a principal unidade hidrelétrica do país, que o governo diz estar causando os apagões.