Por Daphne Psaledakis e Peter Maushagen
BRUXELAS (Reuters) - A alemã Ursula von der Leyen se apresentou nesta quarta-feira aos parlamentares da União Europeia para se tornar a próxima chefe do Executivo do bloco, mas suas promessas de lutar pelas mudanças climáticas não foram suficientes para agradar os deputados verdes, que prometeram votar contra a candidata.
A conservadora ministra da Defesa da Alemanha ainda pode conquistar o apoio do Parlamento na semana que vem, mas a rejeição dos verdes a deixa mais dependente de nacionalistas da Europa Oriental que admiram sua postura firme em relação à Rússia.
Von der Leyen foi "evasiva em todas as respostas... nós não a conhecemos", disse Bas Eickhout, um parlamentar do Partido Verde da Holanda, à Reuters. "O que ela fará de maneira concreta não está claro."
A poderosa presidência da Comissão Europeia, que supervisiona negociações comerciais, e formula decisões antitruste e de políticas amplas para mais de 500 milhões de europeus, foi oferecida a Von der Leyen no dia 2 de julho pelos líderes do bloco. Ela seria a primeira mulher a ocupar o cargo.
Entretanto, o fragmentado Parlamento que resultou das eleições de maio representa um desafio difícil para a indicação. A perda do apoio dos verdes, que possuem 74 das 751 cadeiras da casa, torna o apoio da centro-esquerda crucial.
Eles ainda tem de decidir se irão votar em Von der Leyen, que é oriunda da coalizão de centro-direita da política alemã, liderada pela chanceler Angela Merkel, e que substituiria o luxemburguês Jean-Claude Juncker.
Von der Leyen precisa do apoio de uma maioria absoluta de 376 votos no Parlamento, composto por 751 membros, para que seja confirmada como a próxima presidente da Comissão Europeia.