SEUL/WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos podem estar vendo com melhores olhos um engajamento diplomático com a Coreia do Norte, e possivelmente o estabelecimento de diálogo, no momento em que a Coreia do Sul leva adiante planos para criar as condições de uma cúpula rara entre as duas Coreias.
O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, disse em entrevista a um jornal que seu país e a Coreia do Sul acertaram os termos de um engajamento diplomático maior com os norte-coreanos, primeiro com Seul e depois possivelmente com conversas diretas com Washington sem pré-condições.
A perspectiva de conversas surge depois de meses de tensão entre Pyongyang, Seul e Washington devido aos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, durante os quais o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, trocaram insultos e ameaças de destruição em meio ao endurecimento das sanções da Organização das Nações Unidas (ONU).
Trump questionou algumas vezes o propósito de novas tratativas com Pyongyang depois de anos de negociações de governos norte-americanos anteriores que não conseguiram deter os programas de armas do regime.
No ano passado, a Coreia do Norte realizou dezenas de lançamentos de mísseis e seu maior teste nuclear, desafiando resoluções do Conselho de Segurança da ONU, com o intento de desenvolver um míssil com ogiva nuclear capaz de atingir os EUA.
As relações entre as duas Coreias melhoraram nas últimas semanas, já que Pyongyang concordou em enviar a delegação mais graduada de sua história para participar da Olimpíada de Inverno, atualmente em curso no resort sul-coreano de Pyeongchang.
Falando ao Washington Post a bordo do Air Force Two, Pence disse que Washington manteria sua "campanha de pressão máxima" contra Pyongyang, mas estaria aberto a possíveis conversas ao mesmo tempo.
"O ponto é que nenhuma pressão diminui até que eles realmente estejam fazendo algo que a aliança acredite que representa um passo significativo para a desnuclearização", disse Pence no domingo. "Então, a campanha de pressão máxima vai continuar. Mas se você quiser falar, falaremos".