Por Marie-Louise Gumuchian e Alicia Powell
LONDRES/NOVA YORK (Reuters) - As três mulheres que olham para a câmera em um anúncio da marca de luxo francesa Balmain parecem poder se encaixar em qualquer filme, mas Shudu, Margot e Zhi são "modelos digitais" cuja ascensão está dividindo o mundo da moda.
O trio gerado por computador no centro da nova campanha da Balmain é o mais recente exemplo de marcas de moda que adotam a tecnologia para atrair clientes jovens com experiência digital.
A mais conhecida das três é Shudu, uma modelo digital negra criada pelo artista visual Cameron-James Wilson no ano passado. Ela tem sua própria conta no Instagram, com 145 mil seguidores, que a apresenta como "a primeira supermodelo digital do mundo". Trabalhos de modelagem incluem o uso de jóias da Tiffany para a Vogue Australia.
As respostas da indústria durante as semanas de moda de Nova York e Londres foram misturadas, com o designer Michael Kors entre os críticos a imagens geradas por computador sendo usadas dessa maneira.
"Eu não estou entre modelos digitais. Eu estou entre pessoas reais com personalidades e opiniões", disse Kors em seu desfile em Nova York. "A ideia de modelos digitais é algo que espero que não ganhe popularidade".
Mas a designer britânica Alice Temperley acredita que usar as imagens digitais poderia ajudar a reduzir custos.
"Eu gosto muito da ideia de fazer um pouco disso para o comercial e depois investir dinheiro fazendo eventos", disse Temperley na Semana da Moda de Londres.
O criador da Shudu disse que a ascensão das imagens geradas por computador na indústria da moda era inevitável. "Afinal, as vemos sendo usada em quase todos os outros setores", disse Wilson em comunicado enviado por email.
(Por Marie-Louise Gumuchian e Alicia Powell)