Por Noah Barkin
BERLIM (Reuters) - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, foi criticada nesta segunda-feira por agradar a Turquia para conseguir o apoio do país na crise dos refugiados.
A esquerda e a oposição verde a acusaram de interferir na campanha eleitoral turca, enquanto os conservadores aliados da Bavária alertaram contra qualquer tentativa de retomar a paralisada proposta de entrada da Turquia na União Europeia (UE).
Merkel viajou para Istambul no domingo e se encontrou com o presidente turco, Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, no que parte da imprensa alemã descreveu como uma tentativa desesperada de conter a onda de refugiados, a maioria de sírios, que tem afetado a sua popularidade na Alemanha.
O jornal alemão mais vendido, o Bild, estampou uma grande foto de Merkel e Erdogan sentados em tronos dourados e sorrindo, duas semanas antes das eleições parlamentares turcas. A manchete dizia: "Quem ganha mais com a visita da chanceler à Turquia: Merkel ou Erdogan?".
Opositora de longa data da entrada da Turquia na UE e crítica da repressão de Erdogan contra a oposição e a imprensa, Merkel vê agora no país um parceiro crucial para reduzir o número de refugiados que alcançam a Europa.
Merkel disse em entrevista à imprensa com Davutoglu que as negociações paralisadas entre Ancara e Bruxelas devem ser injetadas com um novo dinamismo.
Ela também sinalizou disposição para afrouxar os procedimentos de visto para cidadãos turcos, para conceder à Turquia o status de "país seguro" no processo de asilo e explorar a possibilidade de líderes turcos comparecerem às reuniões da UE.