Por Anthony Deutsch
AMSTERDÃ (Reuters) - A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) abriu uma investigação nesta segunda-feira para determinar se dezenas de pessoas morreram sufocadas em um ataque perto da capital da Síria, possivelmente devido ao uso de um coquetel químico de gás sarin e cloro.
O diretor da Opaq, Ahmet Uzumcu, disse estar respondendo com "profunda preocupação" ao possível ataque com armas químicas ocorrido no sábado na cidade de Douma, próxima de Damasco.
Testemunhas e médicos apontaram para ao menos 60 mortes, com quase mil feridos depois que ao menos duas bombas atingiram um hospital e prédios próximos. Cerca de 500 pessoas foram tratadas por problemas de respiração.
Muitas das vítimas estavam se escondendo em abrigos subterrâneos depois que forças do governo conduziram ataques aéreos e terrestres em Douma, a última cidade controlada por rebeldes no distrito de Ghouta Oriental. Gases tóxicos podem adentrar esconderijos que bombas não conseguem alcançar.
A missão de averiguação da Opaq, que já investigava o uso de armas químicas na guerra civil síria, está coletando todo o material disponível para precisar se tais armas foram empregadas, informou a entidade em um comunicado.
Parte do trabalho da entidade sediada em Haia será esclarecer qual agente químico pode ter sido usado, o que inclui a possibilidade de um coquetel de substâncias tóxicas ter sido lançado sobre a área.
O governo da Síria nega que suas forças tenham realizado tal ataque químico, e o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse que tais alegações são falsas e uma provocação.
Em Douma, testemunhas relataram ter sentido cheiro de cloro, e médicos disseram que os sintomas mais parecem com os de um agente nervoso.
(Reportagem adicional de John Irish em Paris e Stephanie Nebehay em Genebra)