CAIRO (Reuters) - Um vídeo supostamente produzido pelo grupo Estado Islâmico e publicado nas redes sociais neste domingo mostra militantes atirando e decapitando cerca de 30 cristãos etíopes na Líbia.
A Reuters não conseguiu verificar a autenticidade do vídeo, mas as mortes foram similares a outros episódios de violência protaganizados pelo Estado Islâmico, que expandiu seu alcance a partir de seus redutos no Iraque e na Síria para a caótica Líbia.
O vídeo, no qual militantes acusam os cristãos de estarem numa cruzada para matar muçulmanos, mostra cerca de 15 homens sendo decapitados em uma praia e outro grupo do mesmo tamanho baleado na cabeça em um matagal.
Ambos os grupos de homens aparecem no vídeo com uma legenda dizendo que são "adoradores da cruz pertencentes à Igreja etíope hostil".
Autoridades líbias não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.
Uma autoridade etíope afirmou que o governo estava reunindo informações sobre as mortes e que se pronunciaria quando tiver mais detalhes. A Etiópia, segundo a fonte, não tem embaixada na Líbia, o que torna a investigação ainda mais complicada.
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, ordenou ataques aéreos em alvos do Estado Islâmico na Líbia em fevereiro, depois que o grupo postou um vídeo de seus militantes decapitando 21 cristãos egípcios. No último dos vídeos, publicado em websites que apoiam o Estado Islâmico e vistos como oficiais, um homem vestido de preto segurando uma pistola aparecia atrás de algumas das vítimas.
"Sangue de muçulmanos derramado pelas mãos das suas religiões não é barato", disse o homem encarando a câmera.
"Estamos de volta agora para a nação da cruz".
(Por Sylvia Westall, com reportagem adicional de Ahmed Tolba, no Cairo; e de Aaron Maasho, em Adis-Abeba)