Por Marine Strauss e Andrew Gray e Idrees Ali
BRUXELAS (Reuters) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, solicitou nesta quarta-feira mais armas e defesas aéreas aos membros da Otan para ajudar seu país a passar por outro inverno de guerra, enquanto se prepara para uma série de ataques russos a usinas de energia e outras infraestruturas.
Zelenskiy fez sua primeira visita à sede da Otan desde a invasão da Rússia no ano passado, em um momento em que a turbulência no Congresso norte-americano ameaça interromper a ajuda a Kiev e a atenção do mundo está voltada para outra crise que se desenrola em Israel.
Ele fez comparações explícitas entre o presidente russo Vladimir Putin e o grupo islâmico palestino Hamas, responsável pelos ataques a Israel, e disse que a ajuda militar ocidental foi crucial para colocar Moscou em desvantagem na guerra.
"A defesa aérea de inverno é uma parte significativa da resposta à questão de quando essa guerra terminará e se ela terminará de forma justa para a Ucrânia", disse ele.
"Precisamos vencer a batalha de inverno contra o terror e podemos vencê-la", acrescentou ele em uma reunião de ministros de Defesa da Otan e de cerca de 20 outros países que fornecem ajuda militar à Ucrânia em um fórum liderado pelos Estados Unidos conhecido como Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia.
Reiterando a promessa do Ocidente de apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, anunciou um novo pacote de defesa de 200 milhões de dólares para os ucranianos, incluindo munições de defesa aérea e armas para combater os drones russos.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que Putin está "se preparando mais uma vez para usar o inverno (no hemisfério norte) como arma de guerra", atacando a infraestrutura de energia na Ucrânia.
"Precisamos evitar isso e, com recursos mais avançados e ampliados de defesa aérea, podemos fazer uma grande diferença", disse Stoltenberg.
A Ucrânia iniciou uma contraofensiva durante o verão para tentar retomar território no sul e no leste, mas até o momento não conseguiu fazer grandes avanços.