O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (Servo do Povo, centro), pediu ao governo dos Estados Unidos ajuda para convencer os países integrantes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a convidar a Ucrânia a fazer parte da aliança. O pedido se deu no domingo (1º.dez.2024), enquanto o chefe de Estado falava a jornalistas em Kiev.
O líder ucraniano declarou que alguns integrantes da Otan seguem relutantes em convidar a Ucrânia a se juntar à aliança e afirmou que um posicionamento da Casa Branca pode interferir nas decisões tomadas pelos afiliados.
“Faltam 2 meses para o atual governo dos Estados Unidos [terminar]. Eles têm influência sobre os poucos céticos europeus em relação ao nosso futuro [na Otan]”, disse Zelensky.
O presidente ucraniano ressaltou a necessidade de reconhecer como integrante todo o território ucraniano, e não algumas partes do país, mesmo que o acordo de defesa da Otan não possa operar em áreas ocupadas pelas tropas russas. Para Zelensky, isso seria o equivalente a entender que outras áreas da Ucrânia não fazem mais parte do país.
“Não pode haver convite da Otan para [apenas] uma parte do território ucraniano”, declarou o presidente.
Ao lado de Zelensky estava o novo presidente do conselho de Estados-membros da União Europeia, António Costa. Ele viajou à Ucrânia no 1º dia de mandato para prestar apoio ao país na guerra contra a Rússia.
O governo ucraniano quer que os integrantes da Otan tomem uma decisão a respeito da adesão do país durante uma reunião da aliança que acontecerá nesta semana, em Bruxelas.
A tensão entre Zelensky e a Otan acontece quando a guerra com a Rússia se aproxima de completar 3 anos.
RELAÇÃO COM TRUMP
Sobre Donald Trump (Partido Republicano), Zelensky afirmou que espera trabalhar junto ao futuro presidente norte-americano e torná-lo “um grande apoiador” da causa ucraniana. O líder da Ucrânia disse que compartilhará com o republicano um novo plano para o fim da guerra e espera sugestões em troca.
“Quero trabalhar com ele diretamente porque há vozes diferentes de pessoas ao redor dele. E é por isso que não podemos [permitir] que ninguém por perto destrua nossa comunicação”, declarou.
Zelensky disse que não conversou com Trump desde a vitória do ex-presidente nas eleições de 5 de novembro nos EUA. A última reunião presencial entre os 2 foi em setembro, em Nova York. O líder do país em guerra afirmou que pretende marcar novos encontros.