- Tombo das ações da Netflix fez a empresa perder US$ 220 bilhões em valor de mercado.
- Diante da mudança da dinâmica dos negócios, os investidores questionam o tamanho do mercado acessível de streaming.
- Analistas de Wall Street não veem qualquer virada de sorte para a empresa no curto prazo.
- Se você quer melhorar sua busca por novas ideias de investimento, confira o InvestingPro+
- Dados financeiros de qualquer empresa nos últimos 10 anos
- Notas de saúde financeira sobre lucratividade, crescimento e muito mais.
- Um valor justo calculado a partir de dezenas de modelos financeiros
- Rápida comparação da empresa com concorrentes
- Gráficos de fundamentos e performance
A gigante mundial do streaming Netflix (SA:NFLX34)(NASDAQ:NFLX) está em meio a uma tempestade perfeita. Diante da queda do número de assinantes e do ambiente de aversão ao risco no mercado geral, a empresa que brilhou durante a pandemia se tornou a ação com pior desempenho no S&P 500 neste ano, perdendo quase 70% do seu valor. A NFLX fechou a quinta-feira a US$ 181,71.
O tombo do maior serviço de streaming do mundo foi tão rápido que apagou mais de US$ 220 bilhões no valor de mercado da empresa sediada na Califórnia em seis meses.
O pior é que há poucas esperanças de que haja uma recuperação no curto prazo.
A Netflix disse aos investidores, em sua teleconferência de abril, que o extraordinário crescimento registrado durante a pandemia havia cessado abruptamente. Seu serviço perdeu 200.000 clientes no primeiro trimestre de 2022, com a empresa esperando perder mais 2 milhões de assinantes neste trimestre.
A debacle ocorreu após dois anos de crescimento sem precedentes, principalmente devido ao ambiente do “fique em casa” e ao fechamento de cinemas em todo o mundo por causa da Covid. A Netflix atraiu mais de 36 milhões de clientes em 2020 e 18,2 milhões em 2021.
Mas, com a mudança na dinâmica dos negócios, os investidores questionam o tamanho do mercado acessível do streaming, número que a Netflix chegou a declarar que era de 800 milhões de assinantes. No fim do 1º tri, a Netflix tinha cerca de 222 milhões de assinantes no mundo.
Analistas em Wall Street não veem uma virada no destino da empresa no curto prazo, especialmente diante do aumento do risco de uma recessão e da tendência dos consumidores de cortar as despesas para enfrentar a mais alta taxa de inflação em quatro décadas.
Mais perdas de assinantes
O ciclo de baixa nas ações da Netflix persistirá se a tão propagada recessão atingir a economia, de acordo com uma nota do departamento de pesquisa do Bank of America (NYSE:BAC). O banco afirma que esse cenário poderia provocar ainda mais perdas de assinantes ou restringir o poder de precificação da companhia.
A nota prossegue:
“O streaming pode ser aderente em uma recessão, mas as plataformas verão uma recorrência de cancelamentos e reassinaturas coincidindo com lançamentos agendados de conteúdos originais, principalmente na base de usuário de menor renda”.
Outros analistas parecem compartilhar da mesma visão. Em uma pesquisa realizada pelo Investing.com com 48 analistas, 24 mantiveram-se neutros com a ação, 6 recomendaram venda e outros 14 recomendaram compra.
A Benchmark, ao rebaixar a Netflix para venda, disse em nota recente que estava cética com uma recuperação sustentada da Netflix.
“Fizemos revisões moderadas das estimativas em vista da força contínua do dólar, inclusive contra o iene e moedas europeias, o que não está plenamente refletido na projeção anterior do 2º tri de 2022 ou no consenso dos analistas. Estamos céticos quanto a qualquer recuperação sustentada das ações da Netflix, mesmo com alguns investidores apontando para as estimativas consensuais de 2023 de P/L de 14,1x.”
Nessa parte, a gigante do streaming está fazendo o máximo para conquistar a confiança dos investidores. Em abril, o CEO da Netflix, Mike Hastings, anunciou que a companhia está explorando uma versão baseada em anúncios em sua plataforma, a fim de impulsionar as receitas e as assinaturas. Nas últimas semanas, vem estudando uma variedade de parcerias que podem ajudar a fazer esses planos darem frutos.
A companhia também lançou seu serviço de jogos no fim do ano passado. Para continuar aumentando suas ofertas nesse segmento, a Netflix adquiriu estúdios de desenvolvimento de videogames recentemente, a fim de produzir jogos relacionados aos seus programas populares.
A Needham reiterou sua posição neutra na Netflix em nota recente, dizendo que a gigante do streaming não seria uma “vencedora” mesmo após adicionar uma faixa de preço baseada em anúncios. A nota diz o seguinte:
“Mesmo adicionando uma nova faixa de preços baseada em anúncios, a NFLX não será uma vencedora na guerra do streaming, a menos que adicione esportes e conteúdos de notícias (para reduzir os custos de aquisição dos clientes), compre uma ampla biblioteca de filmes e programas televisivos (para manter os assinantes por mais tempo) e melhore as oportunidades de oferta conjunta de produtos.”
Conclusão
Tudo indica que a Netflix terá um longo caminho pela frente para se recuperar, após produzir um crescimento notável durante a última década. Há uma incerteza considerável com o sucesso dos seus planos futuros, ao mesmo tempo em que o ambiente competitivo fica cada vez mais acirrado.
***
Quer informações de qualidade para colocar em prática sua próxima grande ideia? No InvestingPro+, você encontra:
E muito mais. Tenha acesso rápido a todos os dados importantes para tomar embasadas, com o InvestingPro+. Saiba mais »