BHIA3: Otimismo e risco no gráfico com alta de 11% das Casas Bahia
Na noite da última quarta-feira, a Nvidia divulgou seus resultados trimestrais, e não apenas apresentou números excepcionalmente sólidos, superando as estimativas de Wall Street em receita e lucro por ação, como também forneceu projeções otimistas para os próximos trimestres.
Naquele momento, analistas afirmaram que o balanço havia reduzido os temores sobre uma possível “bolha da inteligência artificial”. Assim, as ações abriram em forte alta entre a noite de quarta e a manhã de quinta-feira. No entanto, ao longo do dia, todo o ganho se desfez e o papel encerrou o pregão em queda de quase 3%, próximo das mínimas do mês. Em outras palavras, a Nvidia atingiu o menor preço em 30 dias justamente no dia em que reportou resultados excepcionais e guidance otimista.
Como isso é possível? Por todos os critérios tradicionais usados pelos investidores, o papel deveria ter disparado e sustentado o movimento até o fechamento. Mas há um fator mais determinante que os fundamentos, o sentimento do investidor.
Os resultados ou projeções não são, de fato, o que movimenta os preços das ações, apesar da crença comum do investidor médio. Como observou um cliente de longa data:
“Tendo trabalhado em várias empresas listadas e com acesso a informações confidenciais, muitas vezes me perguntei qual é, de fato, a correlação entre os resultados e o preço das ações.”
Essa desconexão foi explorada em detalhes em um artigo publicado anteriormente, que aprofunda as razões pelas quais o preço das ações não se move necessariamente em linha com os fundamentos corporativos.
Historicamente, os mercados foram analisados com base nas leis de Newton, segundo as quais todo movimento é causado por uma força externa. Isaac Newton formulou três princípios:
- Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, a menos que uma força externa atue sobre ele.
- Um corpo em movimento tende a permanecer em movimento em linha reta, a menos que uma força externa o desvie.
- Para toda ação, há uma reação de igual intensidade e direção oposta.
Com o avanço da física, Einstein desafiou essa visão mecanicista, afirmando que o mundo físico, e, por analogia, o financeiro, não pode ser explicado apenas por relações de causa e efeito externas. Ainda assim, boa parte da análise de mercado continua baseada nesse modelo ultrapassado.
Como destacou R. N. Elliott, criador da Teoria das Ondas de Elliott:
“Muitos analistas e comentaristas ainda insistem em relacionar eventos de curto prazo a movimentos de alta ou baixa do mercado. É fácil associar uma notícia ao comportamento do mercado, mas quando não há notícia e o mercado oscila, dizem que o movimento é ‘técnico’. Essa lógica falha persiste desde os tempos em que se acreditava que a Terra era plana.”
Em outras palavras, enxergar o mercado de forma mecânica é um erro conceitual. Eventos externos, como resultados corporativos, dados econômicos ou anúncios políticos, afetam os preços apenas na medida em que são interpretados pelos participantes de mercado. E essa interpretação depende do humor social predominante, que dá o “tom” da reação.
Por isso, um mesmo evento pode gerar reações opostas em momentos diferentes. O que realmente define a direção do movimento não é o fato em si, mas o estágio do ciclo de sentimento do mercado.
Assim, embora um balanço, um dado econômico ou um anúncio relevante possam atuar como catalisadores, seu conteúdo não determina, por si só, a direção dos preços. É o sentimento dos investidores, o estágio emocional do mercado, que orienta se aquele evento será lido como positivo (movimento de compra) ou negativo (movimento de venda).
No caso da Nvidia, a ação atingiu uma máxima de sentimento no fim de outubro, concluindo a quinta onda do ciclo de Elliott, um padrão que sinaliza exaustão da tendência de alta. Assim, o movimento de recuperação observado na última semana foi apenas um rali corretivo, que naturalmente resultou em novas quedas, dentro do que já era esperado. Essa leitura oferece uma explicação mais lógica, coerente e intelectualmente honesta do que as tentativas forçadas de justificar a queda após a divulgação dos resultados.
Falando em “ginástica mental”, a correção das bolsas na última semana também pareceu surpreender muitos analistas. As justificativas apresentadas pela mídia para explicar o recuo foram tão mirabolantes que poderiam render uma pontuação perfeita em uma olimpíada de retórica.
Diversos comentaristas chegaram a afirmar que o Bitcoin teria sido o principal responsável pela queda do mercado acionário. Essa hipótese, segundo o autor, é absurda: enquanto o Bitcoin continuava em queda no meio da semana, as bolsas se recuperavam, contradizendo completamente a narrativa inicial.
Em algum momento, o investidor precisa buscar análises consistentes e intelectualmente honestas, em vez de aceitar explicações superficiais que se desfazem horas depois.
A mídia, por sua natureza, oferece apenas uma visão superficial e mecanicista do funcionamento dos mercados, tentando atender à necessidade psicológica do investidor de sentir que tem controle sobre o que acontece. Muitos se confortam ao acreditar que entendem as razões de cada movimento, mesmo que as explicações sejam frágeis ou incoerentes.
Mas há uma verdade incômoda: os investidores não controlam o mercado, por mais que acreditem conhecer as causas dos movimentos de preço. Na prática, ninguém controla.
Se o investidor fosse realmente honesto consigo mesmo, acompanharia essas justificativas ao longo do tempo e perceberia que analistas e comentaristas costumam usar as mesmas razões para explicar tanto uma alta quanto uma queda, às vezes em menos de 24 horas. Essa falta de consistência mostra que as “razões” não ajudam a aumentar a rentabilidade, e muitas vezes a prejudicam.
Como lembrou Robert Prechter em The Socionomic Theory of Finance,
“Os observadores acreditam que seu papel é identificar quais eventos externos causaram as variações de preço. Quando as notícias parecem coincidir com o movimento do mercado, presumem uma relação de causa e efeito. Quando não coincidem, tentam forçar uma explicação. E, quando nem isso é possível, atribuem o movimento à ‘psicologia’, ou seja, à incapacidade de inventar uma história causal convincente. A crença em causalidade externa é tão forte que as inconsistências são ignoradas, mesmo quando evidentes.”
Portanto, cabe a cada investidor refletir: vai ignorar o que viu nos mercados nesta semana? Vai desconsiderar a incoerência entre lucros, guidance e preço das ações? Vai fechar os olhos para as anomalias evidentes que testemunhou?
No fim das contas, você é o único responsável por proteger e fazer crescer seu patrimônio. A questão que precisa ser feita com sinceridade é: está usando as ferramentas certas para isso?
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