O ano de 2021 foi marcante para as criptomoedas. Investidores comuns e institucionais abraçaram as moedas digitais e as fizeram alcançar máximas recordes, com destaque para o Bitcoin e Ethereum.
Ainda não há um ETF puro de criptomoedas para investir diretamente em tokens digitais nas principais bolsas americanas, mas já existem diversos produtos de investimento que fornecem acesso a algumas criptos, através de empresas que estão no centro do crescimento do mercado de ativos digitais e que desenvolvem a tecnologia blockchain.
Já falamos anteriormente sobre vários desses fundos. Entre eles, destacamos (em ordem alfabética):
- Amplify Transformational Data Sharing (NYSE:BLOK)— queda de 26,6% até agora no ano;
- First Trust Indxx Innovative Transaction & Process (NASDAQ:LEGR)— queda de 12,9% até agora no ano;
- Grayscale Bitcoin (BTC) (OTC:GBTC)— queda de 25,9% até agora no ano;
- Grayscale Ethereum (ETH) (OTC:ETHE)—queda de 39,5% até agora no ano;
- Global X Blockchain (NASDAQ:BKCH)— queda de 38,3% até agora no ano;
- ProShares Bitcoin Strategy (NYSE:BITO)— queda de 15,8% até agora no ano;
- Valkyrie Bitcoin Strategy (NASDAQ:BTF)— queda de 15,6% até agora no ano;
- VanEck Bitcoin Strategy (NYSE:XBTF)— queda de 19,9% até agora no ano.
Desses nomes, o GBTC e o ETHE são trustes que investem em Bitcoin e Ethereum diretamente. Por outro lado, o BITO, BTF e XBTF são fundos baseados em contratos futuros que fornecem acesso gerenciado ao Bitcoin. E, por fim, o BLOK e o LEGR investem em empresas da economia digital.
Apesar do grande interesse de alguns investidores de Wall Street por essas criptos e empresas relacionadas, o ano de 2022 não tem sido positivo para a indústria. Como mostram os resultados acima, a maioria das participações desses produtos está sofrendo forte pressão. Vale notar que o Bitcoin e o Ethereum acumulam queda de 15,7% e 29,8%, respectivamente.
No artigo de hoje, apresentamos dois fundos negociados em bolsa (ETFs) para quem deseja ir contra a tendência e se aproveitar da queda. No entanto, devemos lembrar que esses fundos temáticos geralmente possuem uma taxa de administração elevada. Além disso, dada a natureza da indústria das criptos, os preços das suas participações devem continuar voláteis.
1. Bitwise Crypto Industry Innovators
- Preço atual (USD): 13,78
- Média de 52 semanas: 13,40 - 35,68
- Taxa de administração: 0,85% por ano
Nosso primeiro fundo, o Bitwise Crypto Industry Innovators (NYSE:BITQ), abrange nomes que atendem os mercados de criptomoedas. Em geral, são mineradoras de criptos, fornecedoras de equipamentos de mineração e empresas de serviços financeiros ligados às criptos. O fundo começou a ser negociado em maio de 2021.
O BITQ, que possui 30 participações, rastreia o índice Bitwise Crypto Innovators 30. Em termos de alocações setoriais, temos tecnologia, com 49,7%, seguida de serviços financeiros, com 45,8%. As 10 principais participações do fundo respondem por cerca de 65% do seu patrimônio de US$104,02 milhões.
Entre os destaques da sua carteira estão: o grupo bancário Silvergate Capital (NYSE:SI); a fornecedora de software de análise de dados corporativos MicroStrategy (NASDAQ:MSTR); a bolsa de criptomoedas Coinbase Global (NASDAQ:COIN); a fabricante de hardware de computadores Canaan (NASDAQ:CAN); e Iris Energy (NASDAQ:IREN), uma mineradora de Bitcoin.
O ETF acumula queda de mais de 34% no ano. Em 27 de janeiro, tocou sua mínima recorde de US$13,40. Possíveis investidores de longo prazo podem considerar investir no BITQ nesses níveis.
2. First Trust SkyBridge Crypto Industry and Digital Economy
- Preço atual (USD): 11,46
- Média de 52 semanas: 11.13 - 27,56
- Taxa de administração: 0,85% por ano
Nosso segundo fundo, o First Trust SkyBridge Crypto Industry and Digital Economy (NYSE:CRPT), investe em empresas que atuam na economia digital e no criptomercado. Desde a sua criação, em setembro de 2021, seu patrimônio líquido já alcançou US$44,08 milhões.
O CRPT possui 30 participações, sendo que 10 delas respondem por dois terços do seu portfólio. Mais de 70% das empresas vêm dos EUA. Em seguida temos empresas sediadas no Canadá, Ilhas Canadá, Austrália, China, Argentina e Reino Unido.
Cerca de metade dos nomes do ETF são ações de software. Em seguida temos nomes dos mercados de capitais (22,69%), serviços de TI (11,84%) e bancos (11,62%).
Coinbase Global tem a maior parcela de participação no ETF, com 11,68%. Em seguida vem a MicroStrategy, com 10,23%. Entre os principais nomes da sua carteira estão: o grupo de gestão de investimentos Galaxy Digital Holdings (OTC:BRPHF); a mineradora de Bitcoin Core Scientific (NASDAQ:CORZ); e a gigante dos serviços financeiros Block (NYSE:SQ).
Desde janeiro, o CRPT já se desvalorizou 33.2% e atingiu a mínima recorde no fim de fevereiro. A sorte de muitos dos nomes do fundo está ligada ao desempenho das criptomoedas, principalmente do Bitcoin. Os investidores que podem suportar a volatilidade de curto prazo podem considerar comprar as correções do CRPT.