Sem condições
Se o Mercado em 5 tivesse que eleger uma frase a cada dia, a de hoje seria de Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União.
“As Contas de Dilma não estão em condições de serem apreciadas”.
Veja bem, não é que as contas públicas de 2014 estejam um pouco erradas. Elas não estão sequer em condições de serem apreciadas.
O professor do ginásio pegou sua prova na mão, deu uma olhada e falou: Juquinha, não vou nem corrigir para você não tirar zero. Faz de novo e me devolve, ok?
Juquinha
Juquinha está numa fria. Tem apenas 30 dias para bolar outras explicações.
“Proponho que haja um pronunciamento de Dilma sobre as Contas daqui a 30 dias” - assentiu o Professor Nardes.
Quais são os problemas detectados pelo TCU?
- Pedaladas tiveram impacto fiscal de R$ 7 bilhões.
- Omissão de passivos da dívida da União chega a R$ 40 bilhões.
- Despesas do Minha Casa Minha Vida foram executadas de forma irregular.
- Houve má utilização dos bancos públicos.
Passa rápido
Juquinha quase me fez esquecer, mas hoje é dia de Federal Reserve.
Ao final da reunião desta quarta, não vai ter aumento de juros, nem grandes pronunciamentos.
Mas uma peça de informação me interessa bastante: as projeções dos membros do Fed para a curva de juros americana.
Da última vez em que foram divulgadas, em março de 2105, essas projeções indicavam juros entre 0,50% e 0,75% até o final deste ano.
O ano está passando rápido, né? 30 dias aqui, 30 dias ali, e logo estaremos em setembro.
Se quiser se adiantar aos impactos do Fed sobre o seu patrimônio, sugiro leitura imediata dos relatórios de nosso Estrategista, Felipe Miranda.
Volpon
A segunda frase do dia pertenceria a Tony Volpon, direto de Londres.
Em discurso aos gringos, o diretor de Assuntos Internacionais do BC brasileiro não deixou dúvidas: “compromisso do Bacen é com inflação a 4,5% e não 5,5%”.
Volpon fez uma apresentação de se tirar o chapéu. Torço para que o lado fiscal e político ajude a legitimar suas conclusões monetárias, que indicam convergência do IPCA ao centro da meta em 2016.
O prazo para tanto é curto, como se fossem 30 dias.
Isso é ruim para o BC, mas pode ser bom para sua alocação em renda fixa (mais detalhes na parte PRO).
Privatizações
Portas abertas para o processo de venda das distribuidoras regionais do grupo Eletrobras.
Eu sei, ouvimos essa história há pelo menos dez anos, mas a privatização desse pedaço de ELET3 está ficando cada vez mais factível.
Algumas coisas (boas) só acontecem quando o país está em crise.
Eletrobras tem sete distribuidoras sistematicamente deficitárias e com índices de qualidade péssimos.
Mesmo assim, só vai privatizar porque o equilíbrio fiscal exige isso agora.
Por mim, tudo bem. Fazer a coisa certa pelo motivo perfeito seria pedir demais...