Os planos CD (Contribuição Definida) continuam sendo desafiados por suas perspectivas incertas relacionadas ao mercado financeiro, uma vez que dependem deste resultado para performar e entregar um patrimônio adequado aos seus participantes.
Dentro das empresas, a área de recursos humanos (RH) tem recebido o desafio de fazer cada vez mais com menos, inclusive nos desenhos dos planos, para trazer certo conforto para as pessoas no que tange à aposentadoria.
Sob a ótica dos participantes, juntamente à insegurança da possibilidade de um dia aposentar-se com qualidade, preocupações financeiras básicas, como o controle das despesas e do orçamento doméstico, continuam ganhando espaço. Por isso, é recomendável que as organizações ofereçam conteúdos e ações que promovam o bem-estar financeiro dos colaboradores.
Atualmente, os planos de previdência corporativos são extremamente relevantes para os colaboradores, e com isso, a expectativa relacionada à flexibilidade e atratividade de seu desenho e à performance financeira dos seus fundos é alta.
Em contrapartida, é uma tarefa desafiadora para as empresas disporem de tempo e conhecimento para estruturar um plano de previdência sustentável e eficiente, baseado em benchmarks e impacto financeiro, em um mercado extremamente dinâmico e com muitas peculiaridades.
Vale ressaltar também que figuram nesta conjuntura a necessidade de alto controle na gestão de riscos e uma política de governança robusta para a condução dos planos corporativos.
Neste contexto, detalhamos cinco perguntas fundamentais para as equipes de benefícios e recursos humanos traçarem melhores perspectivas para os planos de previdência a fim de corresponderem às necessidades dos participantes a partir de hoje:
1. Como está a saúde financeira dos seus colaboradores?
Oferecer ações de educação financeira é fundamental para empresas que buscam promover o bem-estar integral de seus trabalhadores. Não apenas ajudam a combater o endividamento excessivo e o mau gerenciamento financeiro, mas também preparam as pessoas para uma aposentadoria mais tranquila e segura.
Outro aspecto bastante relevante é que estas ações melhoram a produtividade e a satisfação no trabalho. Empresas que investem em programas de bem estar financeiro estão, portanto, fortalecendo suas bases e promovendo um ambiente de trabalho mais próspero e sustentável.
2. Como está a percepção do seu colaborador sobre o benefício de previdência complementar?
Uma comunicação corporativa eficiente desempenha um papel vital na promoção da cultura da poupança entre os colaboradores. Ao realizar amplas ações de educação financeira e disseminar informações claras e acessíveis sobre os benefícios do plano de previdência complementar, as empresas incentivam que as pessoas a adotem hábitos financeiros saudáveis, contribuindo para a estabilidade financeira no curto, médio e longo prazo.
Retardar a adesão ao plano de previdência complementar ou mesmo realizar contribuições baixas exigirá do indivíduo no futuro um esforço financeiro muito maior para alcançar uma previdência digna, ainda mais em um cenário de aumento da longevidade.
Investir em uma comunicação corporativa robusta não é desembolsar altas quantias para ações caras e sofisticadas, mas sim estar presente nos canais diários de comunicação corporativa, de forma planejada e regular.
3. Como estão performando os investimentos do seu plano de previdência?
A avaliação dos resultados dos fundos de investimentos dos planos de previdência corporativos é uma prática essencial para assegurar a maximização de rentabilidades, a gestão adequada de riscos, a conformidade regulatória e a manutenção da confiança e satisfação dos participantes.
Empresas que investem na análise contínua da gestão desses fundos estão mais bem posicionadas para oferecer benefícios previdenciários competitivos e seguros, contribuindo para a estabilidade financeira e o bem-estar de seus colaboradores a longo prazo.
Outro ponto relevante é a questão da conformidade regulatória, uma vez que as regras costumam demandar dos planos de previdência corporativos padrões rigorosos de governança, avaliação e acompanhamento dos investimentos e do desempenho. Cumprir essas normas não só evita penalidades legais, mas também assegura aos participantes que seus investimentos estão sendo geridos de acordo com as melhores práticas do setor.
Quando uma empresa demonstra que monitora e avalia os fundos de previdência, reportando a todos esta análise, ela constrói confiança junto aos seus colaboradores, para que se sintam mais seguros quanto ao futuro de suas economias.
4. Os participantes do plano de previdência da sua empresa compreendem este benefício como um investimento?
Para maximizar os benefícios de um plano de previdência complementar, o participante precisa entender este plano como um verdadeiro investimento e patrimônio pessoal, fazendo boas escolhas relacionadas aos fundos de investimento e perfis de risco para crescimento sustentável da sua reserva financeira.
Neste sentido, os participantes não apenas promovem um futuro financeiro mais estável, mas também aproveitam plenamente o potencial de crescimento de seu patrimônio pessoal.
Às vezes, as empresas divulgam seus planos de previdência apresentando apenas as regras básicas de contribuição e saída, mas de forma completamente dissociada da sua principal essência: um fundo para acumulação de reserva que formará o patrimônio financeiro do participante e de sua família para utilização futura.
Portanto, mudar o foco desta comunicação para algo mais relacionado ao fundo de investimento, às opções disponíveis, à compreensão do perfil de risco de cada indivíduo e do acompanhamento da performance destes investimentos é uma quebra de paradigma e, consequentemente, um grande movimento para a cultura corporativa como um todo.
5. A transição para o pós-carreira (pré-aposentadoria) de seus colaboradores é um movimento tranquilo ou desafiador?
Um dos pontos mais críticos ao cuidar do plano de previdência corporativo é o apoio que deve ser dado aos colaboradores próximos à aposentadoria. Primeiro porque a questão financeira tende a ser uma das principais preocupações para quem está prestes a se aposentar. Segundo porque, neste momento, cresce a expectativa relacionada à verdadeira complementação oferecida neste benefício.
E não basta ter uma boa reserva acumulada, é preciso tomar boas decisões na desacumulação para que este patrimônio tenha maior durabilidade e não se esgote nos primeiros anos da aposentadoria.
Uma boa forma de levar a assessoria necessária para os colaboradores próximos à aposentadoria é o oferecimento de workshops e eventos, tanto para aprendizado como para interação entre indivíduos que estão na mesma fase da vida, com ricas trocas de experiências.
No entanto, para dúvidas pontuais e mais particulares, a disponibilização de especialistas financeiros e consultores de pós-carreira é bastante efetiva.
Oferecer amplo apoio neste momento de transição para o pós-carreira é fundamental para que a empresa demonstre responsabilidade e cuidado com as suas pessoas. Também garante uma transição mais suave e sem traumas, tanto para os que estão se aposentando quanto para aqueles que continuarão na organização, promovendo um ambiente de trabalho harmonioso.
Essas práticas não apenas beneficiam os colaboradores, mas também promovem uma cultura organizacional de apoio e cuidado. Uma força de trabalho com capacitação para gerenciar melhor as finanças pessoais, sair do endividamento e planejar adequadamente a aposentadoria tende a devolver à empresa engajamento e motivação.
Além disso, o impacto positivo se estende para além do ambiente corporativo, contribuindo para uma sociedade mais consciente e estável financeiramente.