A Uber Technologies (NYSE:UBER) (SA:U1BE34) finalmente apresentou aos investidores aquilo que eles queriam ver. A maior empresa mundial de contratação de motoristas particulares agora prevê que irá registrar um lucro ajustado antes do previsto.
A receita ajustada da Uber antes de juros, impostos e outras despesas pode variar de um prejuízo de US$25 milhões a um lucro de US$25 milhões no terceiro trimestre, declarou a companhia em um informe na terça-feira. Com isso, é possível que a empresa registre um trimestre no azul mais cedo do que se previa. A receita ajustada no quarto trimestre pode variar de estável a um lucro de US$100 milhões.
A empresa de tecnologia sediada em São Francisco, Califórnia, abriu seu capital em 2019 e enfrentou um período difícil de 18 meses durante a pandemia, quando as pessoas ficaram em casa para evitar a propagação do vírus, o que afetou a demanda por corridas. Mas a crise sanitária mundial também testou a sustentabilidade desse mercado de motoristas particulares e a capacidade da gerência da companhia em lidar com um problema dessa magnitude.
Em nossa opinião, a Uber saiu muito mais forte da pandemia, e suas ações merecem ser consideradas em uma carteira de crescimento focada no longo prazo. A Uber é hoje uma empresa muito mais diversificada do que no momento do seu IPO.
Em vez de se tornar mais defensiva, a companhia usou a pandemia como uma oportunidade para expandir seus negócios além das corridas. Em julho, a Uber fez uma grande aposta no segmento de frete, ao comprar a Transplace, fornecedora de serviços logísticos focada em tecnologia, pelo valor de US$2,25 bilhões. A aquisição ajudará a Uber a expandir seu alcance no setor de entregas nos EUA.
Além disso, a empresa também está entrando no segmento de entregas de compras de produtos de supermercado e bebidas alcoólicas através de aquisições, além de adicionar a entrega de pacotes e fechar uma parceria com a GoPuff para transportar itens de lojas de conveniência. Desde 2014 a Uber atua no delivery de restaurantes, mas foi durante a pandemia que a unidade Uber Eats acelerou seu crescimento. As reservas brutas de pedidos de delivery no segundo trimestre quase dobraram em relação ao mesmo período do ano passado, para US$12,9 bilhões.
Rentabilidade sustentável
Com a volta das corridas e o envolvimento maior da Uber na economia dos transportes, as ações da empresa devem se beneficiar, depois que seu desempenho ficou aquém do mercado mais amplo neste ano. As ações da Uber se desvalorizaram 10% neste ano, enquanto o índice Nasdaq, repleto de ações de tecnologia, subiu mais de 17%. O papel fechou o pregão de quinta-feira cotado a US$45,48.
Esse período de baixa, em nossa visão, já deu no que tinha que dar, uma vez que a companhia está expandindo suas margens e se beneficiando da diversificação dos seus negócios. Alguns analistas de Wall Street também consideram que as ações da Uber estão subvalorizadas no momento, haja vista que podem se beneficiar da reabertura econômica.
O potencial de alta das ações da Uber é de 47% em relação ao nível atual, de acordo com a estimativa de consenso de 45 analistas pesquisados pelo Investing.com.
Analistas da Cowen nesta semana reiteraram a classificação da Uber como “acima da média”, elevando seu preço-alvo de US$80 para US$82, valor mais alto em Wall Street, além de citar os ganhos de eficiência nas unidades de mobilidade e delivery e uma sólida projeção de reservas brutas no 3º tri de 2021.
De acordo com o Goldman Sachs (NYSE:GS), cujo preço-alvo da ação é de US$64, a Uber deve melhorar sua rentabilidade consolidada com o tempo, sem deixar de investir em oportunidades de crescimento de longo prazo.
Conclusão
No ambiente pós-pandemia, a Uber está em posição muito melhor para mostrar um lucro consistente, após sua grande diversificação e medidas de cortes de custos. O atual período de baixa oferece uma boa oportunidade para investir na empresa.