Os preços médios do açúcar cristal seguem em alta no mercado spot do estado de São Paulo, apontam levantamentos do Cepea. No último dia 17, o Indicador CEPEA/ESALQ (cor Icumsa de 130 a 180) fechou a R$ 144,31/saca de 50 kg, patamar que não era observado desde 11 de fevereiro deste ano (período da entressafra 2024/25). Pesquisadores do Cepea explicam que o suporte às cotações neste primeiro mês da safra 2025/26 deve-se sobretudo à limitação da oferta, principalmente dos tipos de melhor qualidade (açúcar Icumsa até 180). Ainda conforme o Centro de Pesquisas, embora a colheita da cana-de-açúcar já tenha começado em algumas regiões de São Paulo, chuvas isoladas vêm interrompendo temporariamente as operações no campo e, consequentemente, nas usinas. Além disso, pesquisadores do Cepea ressaltam que é comum a disponibilidade de lotes de açúcar cristal Icumsa até 180 aumentar gradativamente nas primeiras semanas de moagem, visto que usinas costumam iniciar a produção com etanol ou açúcar VHP.
ETANOL: Preço do hidratado volta a cair em SP
Levantamentos do Cepea mostram que o preço do etanol hidratado voltou a cair no mercado paulista na última semana. Entre 14 e 17 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ deste combustível fechou em R$ 2,7140/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), queda de 1,17% frente ao do período anterior. Já no caso do anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ subiu 2,27% em igual comparativo, a R$ 3,1508/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins). De modo geral, pesquisadores do Cepea explicam que agentes do mercado seguem apreensivos e cautelosos. Além da entrada de produto da nova safra 2025/26, o foco atual tem sido o fechamento de contratos envolvendo o etanol anidro. O setor também está atento às movimentações nos valores do barril do petróleo e aos possíveis desdobramentos sobre o preço da gasolina A nas refinarias. Outra expectativa envolvendo o mercado brasileiro, conforme o Centro de Pesquisas, recai sobre a proximidade da mudança do PIS/Cofins a partir de 1º de maio, o que tende a melhorar a liquidez do etanol hidratado nos próximos dias.
TRIGO: Feriados reduzem liquidez; cotações seguem firmes
Os recentes feriados reduziram o ritmo de negócios envolvendo trigo e derivados no mercado nacional, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, enquanto compradores sinalizam estar abastecidos, vendedores fazem caixa com produtos da safra de verão. Agentes indicam não ter necessidade urgente de liberar estoques. Assim, vendedores que ainda detêm lotes estão à espera de novas valorizações nas próximas semanas e/ou meses. Pesquisadores do Cepea explicam que a oferta restrita neste momento de entressafra segue sustentando as cotações no Brasil. Na parcial de abril (até o dia 17), o valor médio do trigo no mercado disponível do Paraná está 2,5% acima do registrado em março/25; no Rio Grande do Sul, o aumento mensal é de 4,9%; em São Paulo, de 2,8%; e, em Santa Catarina, de 3,3%, conforme levantamentos do Cepea.
ARROZ: Média cai pela 11ª semana consecutiva
Os preços do arroz em casca caíram pela 11ª semana consecutiva, embora em menor intensidade na última, conforme apontam levantamentos do Cepea. Entre 11 e 17 de abril, a média ponderada do estado do Rio Grande do Sul, representada pelo Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista), recuou 0,26%, fechando a R$ 76,04/saca de 50 kg na quinta-feira, 17. As cotações semanais seguem em queda desde início de fevereiro, e a média parcial de abril é a menor desde out/22. Pesquisadores do Cepea explicam que a Semana Santa, com feriado prolongado, reduziu a liquidez no mercado do casca. Segundo o Centro de Pesquisas, produtores deram maior atenção aos trabalhos de campo, que caminham para a reta final, ainda que chuvas tenham prejudicado o avanço da colheita no Sul. Atacadistas e varejistas não mostraram grande interesse de compra a ponto de impactar a demanda de engenhos, apesar da necessidade de aquisição sinalizada por unidades de beneficiamento.
ALGODÃO: Exportações e recuo vendedor sustentam preços
Os preços internos do algodão em pluma seguem registrando pequenos avanços diários, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, além do bom ritmo das exportações, o que ajuda a reduzir o excedente interno, as valorizações externas da pluma contribuem para sustentar as cotações domésticas, à medida que afastam vendedores do spot e/ou deixam esses agentes mais firmes nos preços pedidos por novos lotes. Outros vendedores, ainda, estão focados no cumprimento de contratos a termo. Nesse cenário, agentes de indústrias se abastecem com a matéria-prima já estocada e/ou contratada, conforme explicam pesquisadores do Cepea. Ainda de acordo com levantamentos do Centro de Pesquisas, os valores no Brasil seguem oscilando em uma faixa estreita. Desde maio de 2023, as médias mensais operam entre R$ 3,81/lp e R$ 4,24/lp. Neste mês de abril, a média está em R$ 4,2414/lp, sendo a maior, em termos nominais, desde abril/23 (R$ 4,3115/lp), e, em termos reais (atualizada pelo IGP-DI de mar/25), desde julho/24 (R$ 4,3021/lp).