Desdobramentos da Previdência e Crise no Governo Darão Tom do Mercado

Publicado 16.02.2019, 22:06
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O nosso índice futuro fechou a semana em alta, principalmente com a disparada do mesmo na última 5af, quando maiores informações (idade de aposentadoria e tempo de transição) sobre a reforma da previdência chegaram aos mercados - capa que ilustrou a nossa análise da semana anterior. Contudo, a 6af continuou sendo de cautela, especialmente pela atual crise instalada no governo (e potencializada por Carlos Bolsonaro) que envolve o atual Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (ex-presidente do PSL) e significativos repasses de verbas de campanha no mínimo incomuns para alguns candidatos sem importante expressão sequer no cenário local onde concorreram na eleição do ano passado.

Dentro do que aconteceu na semana anterior, podemos destacar de positivo a agilidade e determinação do governo em realmente tentar levar no prazo mais curto possível a reforma da previdência para votação. De qualquer forma, vale lembrar que ainda teremos vários acontecimentos até o capítulo final dessa 'história', que se dará efetivamente com a votação da mesma no congresso.

Do lado negativo, o governo ainda demonstra uma certa fragilidade em gerir as suas crises internas de forma hábil o suficiente para que estas tenham bem menos destaque na mídia do que as propostas capazes de gerar transformações benéficas para o país.

Os desdobramentos desses dois episódios acima (em termos de notícias relevantes envolvendo o mercado doméstico) certamente poderão ajudar a dar o tom do mercado para essa semana que se inicia agora.

De acordo com o gráfico abaixo, podemos ver que o índice futuro tocou o canal de alta na 6af (marcado pelas linhas tracejadas em verde), e recuou, formando um 'spinning top', que é um candle de equilíbrio de forças entre compradores e vendedores, que normalmente trabalha tanto para continuação do movimento, quanto para reversão ou correção.

Por um outro lado, a tendência de alta do índice continua sendo muito clara, e a correção (antecipada por nós) que aconteceu próxima à retração de Fibonacci de 61,8%, pode ou poderia ser o impulso para uma nova 'pernada' de alta.

Mas também pela soberania do mercado, não podemos descartar uma nova consolidação (marcado pelo retângulo em azul à direita do gráfico), que pode se dar entre os 94 e 99,5 mil pontos.

Com o índice subindo, quase que por consequência o dólar acabou terminando a semana em queda, e mantém uma figura muito bem definida de OCO (Ombro, Cabeça, Ombro), conhecido como um padrão de forte de reversão (caso a linha de pescoço marcada pelo retângulo em rosa seja rompida), e reforçado também por uma LTB (Linha de Tendência de Baixa) marcada em vermelho (note que o preço tocou na LTB e voltou com força para baixo, coincidentemente no dia em que informações sobre a reforma da previdência foram noticiadas).

O dollar index (que é um índice que compara o dólar americano contra uma cesta de outras moedas), por sua vez, fez um rompimento falso na semana passada, e retornou para a sua zona de resistência mais imediata.

De acordo com a tabela abaixo, podemos ver como alguns ativos se comportaram na última semana.

Os índices americanos e o DAX romperam suas LTBs mais imediatas (e subiram com bastante força na semana que passou, mesmo com os resultados abaixo do esperado de alguns indicadores da economia americana). Não há como não dizer que há uma determinada euforia em Wall Street, que se iniciou principalmente com a nova postura dovish adotada pelo presidente do FED, Jerome Powell, que aparentemente está mais 'complacente', e flexível no que diz respeito aos aumentos das taxas de juros americanas, devido aos sinais de um possível desaquecimento da economia global.

Contudo, o S&P500 está perto de testar uma resistência fortíssima na casa dos 2.800 pontos, que foi determinante para a falha de outros rallies (menos fortes) que aconteceram num passado bem recente.

O preço do barril de petróleo seguiu os principais índices do mundo e terminou a semana com uma alta bastante expressiva, com notícias mais positivas relativas à guerra comercial entre EUA e China, e a continuação de cortes na produção de petróleo liderada pela OPEC+. De qualquer forma a commodity continua operando abaixo do preço de abertura de 2018, e se encontra neste momento numa zona de preço de muita indefinição.

Olhando para o calendário econômico, a semana terá eventos importantes, como as atas da reunião do FOMC, índice de atividade industrial nos EUA, e inflação na zona do Euro. Sumarizamos abaixo, o calendário divulgado pela Investing.com, filtrando apenas os eventos que normalmente trazem mais volatilidade aos mercados.

Além disso, teremos a divulgação de resultados do 4o trimestre de 2018 de uma série de empresas, entre elas, Tim, Pão de Açúcar (SA:SA:PCAR4), Via Varejo (SA:SA:VVAR3), Gerdau (SA:SA:GGBR4), Magazine Luíza e Suzano (SA:SA:SUZB3).

Para finalizar, desejamos uma ótima semana a todos!

Forte abraço, e....
Bora pra cima !!!

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