- Resultados do 2T22 fiscal serão divulgados na quinta-feira, 28 de abril, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$94,15 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$1,43.
As ações da Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), fabricante do emblemático iPhone, têm-se mostrado muito mais resilientes do que as de outros titãs da tecnologia em meio ao atual turbilhão de mercado.
A gigante de Cupertino, Califórnia, não parou de aumentar as vendas dos seus smartphones, computadores, tablets e acessórios (“wearables”) ao longo do trimestre, apesar dos obstáculos da cadeia de fornecimento, beneficiando-se do lançamento de novos produtos, como iPhone 13, Watch Series 7 e computadores Mac atualizados.
Com isso, a empresa registrou o melhor desempenho entre as ações de megacapitalização no grupo conhecido como FAANG. O papel fechou o pregão de terça-feira a US$156,80.
Mesmo assim, o balanço trimestral da Apple de amanhã, após o fechamento do mercado, promete testar seu status de “porto seguro”. E não faltam riscos para isso: o ressurgimento da Covid-19 e dos bloqueios relacionados na China, onde estão os maiores fornecedores de peças da companhia, além da disparada dos custos logísticos e da escassez de mão de obra, continuam pressionando a cadeia global de fornecimento.
Em março, Mark Liu, presidente da Taiwan Semiconductor Manufacturing (NYSE:TSM) (SA:TSMC34), ressaltou que as grandes restrições de circulação na China estavam prejudicando a demanda por PCs, TVs e smartphones. A Foxconn (TW:2354), fornecedora da Apple, interrompeu suas operações em suas unidades de Shenzhen por alguns dias em março, devido a um lockdown imposto pelo governo no centro de tecnologia.
Os analistas de Wall Street agora esperam que as vendas da maior empresa do mundo por capitalização de mercado subam mais de 5% em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando US$94,15 bilhões. Também preveem que o lucro da Apple possa cair levemente para US$1,43 por ação em relação aos resultados do ano passado, que foram impulsionados pela pandemia.
Em nota aos clientes, o JPMorgan disse que as vendas do principal produto da companhia, o iPhone, poderia desapontar os investidores no balanço desta semana. De acordo com sua nota:
“Embora nossa revisão anterior tenha-se baseado em um modesto corte na receita tanto de iPhone quanto de serviços, a última revisão deve-se aos dados preliminares de smartphones para o 1º tri de 22, que ficaram abaixo das estimativas dos analistas do setor, parcialmente compensados por entregas de PCs, que ficaram acima do esperado no período”.
Superciclo de crescimento
Cabe ressaltar, no entanto, que os desafios citados acima são de natureza de curto prazo. Eles não conseguem esconder o fato de que a Apple entrou em outro superciclo de crescimento, impulsionada por seus últimos modelos do iPhone e pela disparada da demanda por seus wearables, demais aparelhos e serviços.
Além disso, a companhia vem registrando sucessivos resultados acima das expectativas.
Talvez essa seja a razão pela qual a maioria dos 44 analistas pesquisados pelo Investing.com esteja recomendando a compra da ação da Apple.
Fonte: Investing.com
Seu preço-alvo consensual para 12 meses, de cerca de US$193,08, implica um potencial de alta de 23,1%.
O JPMorgan, que cortou seu preço-alvo para Apple de US$210 para US$205 por ação, manteve sua classificação de “acima da média", apesar de alguns riscos à previsão consensual. Para justificar seu preço-alvo, o banco disse o seguinte:
“Permanecemos acima do consenso em nossa previsão de receita e lucro para o final do ano, devido à nossa expectativa de crescimento acima do previsto em Produtos e à trajetória de margem e lucro, graças ao crescimento robusto em Serviços. Nossa visão positiva das ações no longo prazo nos faz manter nossa classificação de acima da média”.
Conclusão
A Apple pode decepcionar alguns acionistas por não produzir um trimestre de grande sucesso, em razão de alguns entraves em seu crescimento, gerados por interrupções na cadeia de fornecimento e por bloqueios na China.
Mas acreditamos que qualquer fraqueza pós-balanço seja uma oportunidade de compra para investidores de longo prazo, em vista da robusta demanda por seus produtos e serviços.