Trigger Warnings.
Esta é provavelmente a melhor definição para as ocorrências globais nos últimos dias, em especial ontem, com uma série de avisos recorrentes sobre os efeitos da crise e possível recessão.
Tanto a inversão pontual da curva de juros americana, com rendimento em 2 anos superando em alguns momentos o rendimento de 10 anos, quanto o rompimento histórico do rendimento dos de 30 anos abaixo de 2% preconizariam para muitos o alerta de recessão vindoura.
O problema é que, assim como o rally das bolsas de valores parece ter “esticado a corda” por demais recentemente, o mesmo pode ser entendido no mercado internacional de bonds, em especial os de economias centrais.
Explicação rápida: preços e yields dos títulos agem como uma gangorra - quando os rendimentos aumentam, preços caem; quando os rendimentos caem, preços sobem.
Ou seja, o que estamos observando é uma explosão de demanda pela ‘segurança’ dos títulos americanos.
O problema com a premissa de recessão via observação da curva de juros é que ela é reativa a série de sinais que podem indicar a sensibilidade do panorama econômico, onde um black swan (cisne negro, ou seja ultrarraro e inesperado) pode deflagrar uma série de perdas em larga escala. São os sinais claros podendo piorar com o inesperado.
Poderíamos também culpar esse enorme flight to quality à uma desglobalização dos fluxos de capital e comércio internacional, à falta de liquidez (não seria o caso) e/ou a ausência de um momentum reflacional e de atividade nas economias centrais.
Este último ponto é um dos de maior temor, pois flertamos constantemente assim com a ideia de recessão em larga escala.
Por outro lado, as premissas históricas da curva de Phillips encontram-se distorcidas desde a solução do QE (alívio quantitativo) no subprime e contar com a expectativa de inflação por aquecimento da atividade econômica tem falhado, ao menos nos EUA.
Tudo isso não possui precedente histórico.
A solução de curto prazo, que seria o ‘início do fim’ da guerra comercial entre EUA e China pode trazer uma resposta rápida aos vértices mais longos da curva de juros americana de modo a elevar o rendimento.
O problema é que a tática usual de Trump, do ‘menino que gritou lobo’ sofreu um baque exatamente esta noite, quando o presidente americano tuitou sobre a possibilidade de sentar-se com a China e a resposta chinesa foi uma possível retaliação com taxação às importações americanas em setembro.
Localmente, a reação do BC ao carry trade contra o Real, anunciando leilões de linha E swaps cambiais reversos é positiva de modo até a encarecer o hedge cambial, reduzir a pressão no cupom cambial e o estoque de compromissadas.
Em anos, esta é uma das primeiras reações sérias a um claro ataque ao Real e fazendo o uso correto das reservas (de custo caro) de US$ 388 bilhões.
Na agenda corporativa, destacam-se AliBaba, Walmart, Nvidia e Carlsberg
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com o sinal de retaliação da China à taxação americana a produtos chineses.
Na Ásia, o fechamento foi misto, com pretenso alívio com as declarações de Trump.
O dólar opera em forte queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, com alta no min. de ferro e ouro.
O petróleo abre em queda, com o aumento de estoques e temor de recessão.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 7,78%
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0518 / 2,08 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,144%
Dólar / Yen : ¥ 105,76 / -0,142%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / 0,431%
Dólar Fut. (1 m) : 4044,23 / 1,96 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,36 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,46 % aa (1,30%)
DI - Janeiro 23: 6,47 % aa (1,73%)
DI - Janeiro 25: 6,95 % aa (1,16%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,94% / 100.258 pontos
Dow Jones: -3,05% / 25.479 pontos
Nasdaq: -3,02% / 7.774 pontos
Nikkei: -1,21% / 20.406 pontos
Hang Seng: 0,76% / 25.495 pontos
ASX 200: -2,85% / 6.408 pontos
ABERTURA
DAX: -1,816% / 11284,00 pontos
CAC 40: -1,347% / 5180,59 pontos
FTSE: -1,574% / 7035,34 pontos
Ibov. Fut.: -3,09% / 101070,00 pontos
S&P Fut.: -0,595% / 2823,80 pontos
Nasdaq Fut.: -1,118% / 7405,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,29% / 76,59 ptos
Petróleo WTI: -1,79% / $54,24
Petróleo Brent:-2,03% / $58,27
Ouro: 0,32% / $1.521,21
Minério de Ferro: 0,63% / $95,71
Soja: -1,37% / $15,10
Milho: 0,63% / $362,00
Café: -0,26% / $94,60
Açúcar: -0,26% / $11,54