Sem grandes mudanças durante o dia, a sessão de ontem acabou pautada pelos mesmos motivos da abertura, que incluem o problema de operações suspeitas de bancos internacionais, a elevação de casos globais de COVID-19, ainda que sua mortalidade esteja substancialmente menor, as discussões sobre a substituição da ministra da Suprema Corte dos EUA, Ruth Bader Ginsburg e a eficácia da política monetária.
Localmente, as atenções se voltam ao ponto de vista do Banco Central na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em sua ata e como a autoridade monetária enxerga os efeitos primários e secundários da atual política de juros e os impactos no câmbio, rolagem da dívida pública e inflação.
Esta observação é importante, pois o comunicado trouxe a sensação de que todos os problemas recentes observados na economia e no mercado não foram propriamente endereçados, principalmente ao citar que a frustração com as reformas e o fiscal pandêmico ‘podem’ elevar os prêmios de risco.
Eis que ‘este trem já passou’ e a demanda mais elevada por prêmios na curva de juros, em especial nos vértices mais longos demonstram que um dos caráteres estimulativos da taxa, ou seja, o crédito de longo prazo que atinge o financiamento à produção, ao investimento na economia real e imobiliário acabam como os principais atingidos no processo.
Mais ainda, a demanda por maiores prêmios na curva de juros demonstra que estamos em uma taxa nominal longe dos riscos impostos pela economia brasileira, ou seja, no curto prazo ela não premia tais imposições como um fiscal extremamente desafiador, com um congresso pouco afável em reduzir gastos, uma máquina pública extremamente inchada e tentações diversas de se elevar ainda mais tal inchaço ao invés de reduzi-lo.
O mercado se antecipa e desenha um cenário difícil para a economia brasileira e a frustração com as reformas, citadas pelo BC como uma possibilidade são na verdade uma dura realidade, na qual o ministro Paulo Guedes é ‘demitido’ quase toda a semana e figuras políticas como Maia impõe desafios constantes aos avanços das reformas no Congresso.
Nosso risco está elevado, principalmente de liquidez dos títulos públicos e os investidores os estão descartando com velocidade assombrosa e exigindo juros maiores nos vértices longos.
Do BC, demandaríamos ao menos que indicasse que na insegurança do atual cenário, não nos tornasse ainda menos atraentes.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, após um fechamento negativo ontem, mas em ritmo de recuperação.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com exceção do Nikkei.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, com queda em prata e ouro.
O Petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, após as quedas recentes.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,76%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4146 / 0,46 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / -0,280%
Dólar / Yen : ¥ 104,49 / -0,096%
Libra / Dólar : US$ 1,28 / -0,195%
Dólar Fut. (1 m) : 5406,55 / 0,85 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,76 % aa (7,43%)
DI - Janeiro 23: 4,44 % aa (1,37%)
DI - Janeiro 25: 6,36 % aa (0,95%)
DI - Janeiro 27: 7,34 % aa (0,82%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,3215% / 96.991 pontos
Dow Jones: -1,8430% / 27.148 pontos
Nasdaq: -0,1342% / 10.779 pontos
Nikkei: 0,18% / 23.360 pontos
Hang Seng: -0,98% / 23.717 pontos
ASX 200: -0,66% / 5.784 pontos
ABERTURA
DAX: 1,042% / 12673,26 pontos
CAC 40: 0,368% / 4809,65 pontos
FTSE: 0,268% / 5819,87 pontos
Ibov. Fut.: -1,13% / 97102,00 pontos
S&P Fut.: -1,239% / 3275,10 pontos
Nasdaq Fut.: 0,582% / 11064,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,42% / 71,45 ptos
Petróleo WTI: 0,81% / $39,94
Petróleo Brent: 1,35% / $41,93
Ouro: -0,45% / $1.905,81
Minério de Ferro: -2,16% / ¥ $126,01
Soja: 0,42% / $1.027,75
Milho: 0,47% / $371,75
Café: 1,88% / $114,35
Açúcar: 1,27% / $12,74