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Twitter Pode se Tornar Aposta Especulativa nas Mãos de Elon Musk?

Publicado 26.04.2022, 11:32
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Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com

  • Oferta atraente de Elon Musk pelo TWTR
  • Tudo indica que Musk destravará o potencial da rede social
  • TWTR ganhou tempo com “pílula de veneno”
  • Musk conseguiu o que queria
  • Construindo um império

Existe uma velha piada nos círculos de traders americanos sobre o comércio de sardinhas. Quando as sardinhas desapareciam das águas de Monterey, na Califórnia, os operadores de commodities elevavam bastante os preços das latas do produto. Um dia, um comprador decidiu se dar ao luxo de comer uma refeição cara e rara, abrindo uma lata e consumindo seu conteúdo. Ele imediatamente ficou doente e disse ao vendedor que as sardinhas estavam estragadas, ao que o vendedor respondeu: “Você não entendeu. Não são sardinhas para comer; são sardinhas para especular.”

A história incorpora a ideia de que os preços dos ativos podem se afastar dos seus fundamentos. Não faltam exemplos de ações de empresas que se tornaram “sardinhas para especular” nos últimos anos. As mais recentes são GameStop (NYSE:GME) e AMC Entertainment (NYSE:AMC) (SA:A2MC34), nas quais um conjunto de pequenos investidores formou um pool de capital de risco para alçar seus preços, apesar dos seus fracos fundamentos e resultados.

A oferta de Elon Musk para comprar o Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34) e a resposta inicial da companhia de tomar uma “pílula de veneno” para finalmente aprovar o acordo ontem provavelmente transformarão as ações do TWTR nas mais recentes “sardinhas para especular”, com seu preço registrando alta volatilidade, enquanto seus fundamentos se tornam um espetáculo à parte.

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Oferta atraente de Elon Musk pelo TWTR

Elon Musk, notório CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) e fundador de empresas como SpaceX, Boring Company, entre outras, é a pessoa mais rica do planeta e fez uma oferta de compra ao Twitter, uma das principais empresas de mídia social, por US$54,20 por ação. O acordo foi selado ontem por US$44 bilhões em dinheiro. Musk pretende fechar o capital da companhia.

Twitter diário

Fonte: Barchart

O gráfico mostra que as ações do TWTR estavam abaixo de US$40 antes do anúncio da oferta de Musk por US$54,20. Ele já havia acumulado cerca de 9% de participação na companhia, antes de divulgá-la. Em seguida, começaram a circular rumores de que ele pretendia assumir um assento no Conselho de Administração da plataforma, embora dissesse que tencionava manter sua posição abaixo de 15%.

No entanto, quando sua posição na direção da companhia foi descartada, diante de sinais de que seus planos não iam ao encontro dos projetos defendidos pelos integrantes do conselho, Musk decidiu comprar a empresa e assumir seu controle.

LEIA MAIS - Mistério: Como Elon Musk vai financiar a compra do Twitter?

Tudo indica que Musk destravará o potencial da rede social

Musk tem presença constante no Twitter. Ultimamente, ele passou a usar a plataforma para ressaltar seus planos para a companhia. Em de 19 de abril ele tuitou:

No início deste mês, em 9 de abril, ele perguntou:

“O Twitter está morrendo?”

Antes da sua oferta, Musk revelou seu pé atrás com a companhia, tuitando:

“O Twitter funciona como uma praça pública de fato, mas, ao não seguir princípios fundamentais da liberdade de expressão, mina a democracia”.

Na semana passada, os resultados do 1º tri de 2022 da Tesla foram sensacionais, com a empresa reportando um LPA de US$ 3,22 contra expectativas dos analistas de US$ 2,26. A receita total foi de US$ 18,76 bilhões, contra US$ 17,80 bilhões esperados.

O sucesso de Musk como CEO fez com que se tornasse o homem mais rico do mundo, mas o conselho do Twitter, inicialmente, tentou evitar que ele adquirisse a companhia.

LEIA MAIS: S&P coloca nota de crédito do Twitter em perspectiva negativa e não descarta rebaixamento

TWTR ganhou tempo com pílula de veneno

O conselho do Twitter e vários de seus altos executivos agiam como se a empresa fosse sua. Na verdade, quem detém o controle concreto da plataforma de mídia social são seus acionistas. No afã de desafiar Musk, o conselho tomou decisões em nome dos acionistas para bloquear o plano de fechar o capital da companhia.

Musk usou o Twitter para perguntar aos seus seguidores:

“Fechar o capital do Twitter por US$ 54,20 depende dos acionistas, não do conselho.”

A resposta foi de 83,5% “sim” e 16,5% “não”, mostrando um apoio esmagador à sua oferta pela empresa. O fundador e ex-CEO Jack Dorsey acusou o conselho do Twitter de “disfunção”. Atualmente, Dorsey é membro do conselho do Twitter.

Para desafiar a oferta de Musk pela empresa, o conselho de administração resolveu engolir uma “pílula de veneno” – estratagema pelo qual os atuais acionistas podem comprar ações adicionais com desconto, diluindo a participação acionária de qualquer acionista novo e hostil –, a fim de limitar a capacidade de Musk aumentar sua participação na companhia. O conselho, contudo, acabou aprovando a oferta de Musk. A transação está agora sujeita ao voto dos acionistas, após o qual se espera que não haja obstáculos regulatórios a serem superados.

A decisão de Musk, de fechar o capital do Twitter, parece transcender a motivação do lucro. Sua objeção ideológica à rede social parece ser a razão da proposta de aquisição.

No final da semana passada, o patrimônio de Musk era de cerca de US$ 265 bilhões, de forma que o lucro é secundário ou sequer está sendo levado em questão. De fato, ainda em 18 de abril, para provocar ainda mais o conselho, Musk tuitou:

“O salário do conselho será de US$ 0 se minha oferta for aceita, o que representa uma economia de US$ 3 milhões/ano só ali.”

Cada membro do conselho do Twitter recebe uma remuneração anual de US$ 250.000 a US$ 300.000.

Musk conseguiu o que queria

Musk é um personagem. Ele fumou maconha em um podcast com Joe Rogan, desafiou os órgãos reguladores dos EUA, construiu empresas que são obras-primas tecnológicas, criou empregos e riqueza, enfrentou senadores americanos e agora se tornou o dono do Twitter.

Ele é um usuário inveterado da rede social com mais de 82 milhões de seguidores. Para respaldar sua oferta no TWTR, ele garantiu US$ 46,5 bilhões em financiamento e está levantando outros US$ 12,5 bilhões para a oferta por meio de um empréstimo com garantia em suas ações na TSLA. O Morgan Stanley está liderando um grupo de instituições financeiras que forneceram US$ 13 bilhões em financiamento de dívida.

Em 25 de abril, as ações do TWTR eram negociadas a US$51,70. O conselho aprovou a compra antes do fechamento do mercado.

Os órgãos reguladores terão que aprová-lo, o que pode levar tempo, ainda que não se esperem atrasos. Apesar de Musk não ser um dos magnatas favoritos da SEC, não há muitos obstáculos para que o homem mais rico do mundo seja dono da “praça pública” global, como ele chama a plataforma.

Os outros investidores além de Musk querem ver o retorno da iniciativa e estão apostando que a empresa se tornará mais uma joia em seu império cada vez maior.

Construindo um império

Em uma recente palestra no TED Talks, Musk disse que tinha um plano B, caso o conselho do Twitter recusasse sua oferta e a “pílula de veneno” ensejasse uma batalha. Uma possível estratégia seria se juntar a três outros investidores amigos de Musk, cada um comprando 15% da empresa, para destituir o conselho com uma mudança em seu controle majoritário. Como ele garantiu o financiamento e nenhum outro comprador se apresentou, o conselho não teve outra escolha senão aceitar a boa oferta.

O fato é que Musk estava em uma busca ideológica pelo Twitter e saiu vencedor. Ele agora tem uma série de opções à medida que seu império cresce para incluir a principal plataforma de mídia social do mundo.

Ele poderia ajustar o modelo econômico do Twitter e abrir o capital da empresa após alguns anos. Ele pode transformá-la em uma megaempresa, como a SpaceX, a Boring Company e até a Tesla. Independente de qual seja a decisão de Musk, algumas partes relacionadas ao Twitter já estão a bordo.

Depois que as notícias do acordo foram divulgadas, Jack Dorsey, cofundador do Twitter e seu ex-CEO, tuitou, também fazendo referência ao atual CEO da empresa, Parag Agrawal:

Dorsey prosseguiu, dizendo o seguinte:

Estou muito feliz que o Twitter continuará servindo ao debate público. Ao redor do mundo, e nas estrelas!

Mais uma vez, o mercado aprendeu uma lição com a aquisição do Twitter: não é uma boa ideia apostar contra Elon Musk.

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