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Baixando a Febre sem Matar o Doente

Publicado 03.11.2014, 11:00
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O preço do barril do petróleo acumula queda de 12% no mercado internacional apenas neste mês de outubro (no acumulado do ano temos 18,5% de perda) permitindo ao governo federal empurrar com a barriga um eventual ajuste no preço da gasolina.

Embora existam rumores de que um aumento de 5% está para ser anunciado, até que ele venha a ocorrer a sinalização que o mercado internacional de açúcar percebe é que a paridade com o etanol forçosamente desloca a curva de preços para abaixo do custo de produção e, por conseguinte, antevê que mais cana será destinada à fabricação de açúcar no início da safra 2015/2016. Assim sendo, o resultado é NY despencando na última sexta-feira, com o vencimento março de 2015 encerrando o pregão ligeiramente acima dos 16 centavos de dólar por libra-peso.

Na semana, a perda foi de oito dólares por tonelada, com os meses de negociação depreciando entre 17 e 36 pontos, com maior pressão evidente nos meses de vencimento mais curto.

Os negócios de exportação no físico estão praticamente paralisados. O pouco volume que foi negociado apresentou basicamente os mesmos descontos praticados na semana passada, ou seja, entre 100-115 pontos. Os spreads estão mais firmes, destaque para o maio/julho de 2015 que encerrou a 30 pontos com carrego de 11,52% ao ano.

Alguns traders lá fora especulam que o real pode atingir a mínima de 2.7500-2.8000 até o final do ano que vem com a deterioração da economia brasileira e o mau humor com o qual o mundo está olhando o Brasil após a reeleição de Dilma. Se considerarmos factível esse cenário e considerando o custo de produção das usinas em torno de R$ 800 por tonelada e um topo de R$ 950-1000 por tonelada como objetivo de fixação, o julho e o outubro de 2015 teriam – em tese – espaço para cair ainda uns 100 pontos pelo menos. Essa percepção segura qualquer rally (subida repentina de preços) no mercado.

O setor deve se preparar para um 2015 ainda muito difícil. Recentes notícias sobre problemas financeiros envolvendo um grande grupo do setor azeda o humor dos agentes financeiros e atinge a todas as usinas cujas negociações estão em andamento. Aumentam as garantias exigidas pelos bancos apenas para renovarem linhas que estão vencendo. Dinheiro novo é uma raridade. É prudente que haja criatividade por parte dos bancos, sem perder a atitude realista para com o cenário atual, sob o risco de darem um tiro no próprio pé. Precisam baixar a febre do doente sem exagerar na dose e correr o risco de hipotermia.

A ANP, Agência Nacional do Petróleo, divulgou o consumo mensal de combustível do mês de setembro/2014: 1,08 bilhão de litros de etanol hidratado e 3,78 bilhões de litros de gasolina C. Com esses números o acumulado de doze meses salta para 55,8 bilhões de litros consumidos, ou 9,23% acima do mesmo período do ano passado. O consumo de hidratado nos últimos doze meses subiu 1,8 bilhão de litros enquanto o consumo de gasolina C (que contem anidro) cresceu 2,9 bilhões de litros. O mix de combustíveis para automóveis e veículos leves no Brasil está em 41,3% para etanol e 58,7% para a gasolina, um ganho de 3,5 pontos percentuais para o etanol em doze meses. Pena que o preço não ajuda.

O que o país assistiu nessas eleições foi a vitória de um partido que prega o ódio e a divisão de classes. O estrago moral e a destruição de valores éticos que o PT tem causado ao País nos últimos anos, culminando agora com uma campanha eleitoral das mais sórdidas e inescrupulosas, levarão décadas para serem consertados. A ética do PT pouco difere das piores ditaduras do planeta de agora e de outrora. Preferem investir na pobreza a acabar com ela, pois quanto mais miserável e necessitado for o povo tanto melhor para o partido. Pregam o terror e dividem o país entre pobres e ricos, norte e sul, como nunca se vira antes. Não foram os nordestinos que deram a vitória à Dilma, mas a pobreza. E o PT quer eternizá-la para assim se perpetuar no poder. Depois de catar os cacos espalhados no chão por essa prática política sórdida, baixa e nefasta, o país verá emergir uma oposição mais forte e vigilante. Dilma e o PT dificilmente conseguirão prosseguir com seu projeto de transformar o Brasil numa Venezuela. Nessa eleição, os vencedores saíram moralmente derrotados e os derrotados saíram moralmente vitoriosos. A vida segue.

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