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BC Dribla Juros e Mercado Grita Olé

Publicado 17.05.2018, 09:12
Atualizado 10.01.2024, 08:22

Por essa, a maioria no mercado financeiro não esperava. Na última decisão antes do início da Copa do Mundo, o Comitê de Política Monetária (Copom) resolveu não fazer aquilo que disse que faria e driblou a própria comunicação, mantendo a taxa básica de juros em 6,50%, na contramão da previsão majoritária de um novo corte de 0,25 ponto. Apesar da torcida por mais uma queda na Selic, o investidor sabe que é melhor errar no discurso do que na jogada e a estratégia do Banco Central deve ser comemorada hoje, trazendo alívio ao dólar.

Ainda que o ambiente internacional não permita uma queda firme hoje, a moeda norte-americana deve, ao menos, não mais buscar os R$ 4,00, já que perdeu a justificativa dessa alta no corte do juro - que não veio. Lá fora, o juro projetado pelo título norte-americano de 10 anos (T-Note) supera a faixa de 3,10%, em um movimento acompanhado pelos bônus europeus, o que penaliza bolsas e moedas. Já o petróleo avança.

Na decisão unânime de ontem, o BC disse que a mudança recente no balanço de riscos para a inflação tornou “desnecessária” uma redução moderada adicional no juro básico neste mês, em meio ao cenário externo mais “desafiador” e volátil, com redução do apetite ao risco nas economias emergentes. Para o Copom, “esse último risco se intensificou”.

Foi uma postura conservadora da autoridade monetária, principalmente depois de ter indicado na reunião anterior que faria mais um corte de 0,25 ponto no encontro seguinte, encerrado ontem. À época, em março, o mercado financeiro já esperava pelo fim do ciclo de cortes em maio, mas foi o comunicado daquela decisão e a entrevista recente do presidente do BC, Ilan Goldfajn, que fizeram 65% dos investidores sustentar as apostas de que a Selic cairia a 6,25% neste mês.

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Houve, portanto, uma falha de comunicação em relação à condução da taxa Selic. Para evitar uma revolta do mercado e conter maiores frustrações, o Copom resolveu, então, deixar em aberto os próximos passos, dizendo que as ações futuras vão depender da “evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”. Afinal, o BC e o mercado sabem que o momento atual requer cautela.

Geralmente, “os mercados param de entrar em pânico quando os bancos centrais entram em pânico” e parece que o BC brasileiro está entrando em um ambiente neste sentido, especialmente depois do que aconteceu na vizinha Argentina, além dos problemas localizados na Turquia e no México. Por isso, os ativos domésticos não devem reagir negativamente à surpresa.

Apesar de amplamente inesperada, a decisão do Copom foi prudente e tende a ser bem aceita, sem abalar a confiança do mercado em Ilan. Com isso, a perspectiva é de que o dólar inicie a sessão descendo ladeira abaixo, rumo à faixa de R$ 3,60 - aliás, patamar que, segundo a autoridade monetária, contempla uma inflação “em torno de 4% para 2018 e 2019”.

Já o dia nos negócios com a renda fixa (DIs) é de ajuste. Ou seja, sem o novo corte na Selic, freia-se a desvalorização do real e a demanda por prêmio de risco na curva de juros futuros. Afinal, mesmo tendo ficado menos atrativo, o Brasil ainda está na lista dos maiores pagadores de juros reais do mundo, ocupando a sétima posição.

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É fato que outros emergentes, como Argentina, Turquia, México e Rússia ficaram mais atraentes, mas a relação doméstica de risco x retorno ainda é bem interessante - principalmente ao capital especulativo. O investidor que busca proteção migra seus recursos para opções mais seguras, como o juro dos Estados Unidos, que está em trajetória de alta.

Por ora, a única certeza é que o Federal Reserve deve anunciar o segundo aperto na taxa de juros norte-americana de 2018 no mês que vem. Mas ainda não se sabe se no total serão três ou quatro aumentos até dezembro. O gradualismo do Fed na condução da política monetária também gera muitas dúvidas e são os sinais reiterados de que a maior economia do mundo está ganhando tração que têm impulsionado um ajuste nos títulos norte-americanos, ofuscando as incertezas geopolíticas e tensões comerciais promovidas por Washington.

Nesta manhã, a T-note de 10 anos flertou com a marca de 3,11%, alcançando o maior nível em sete anos, na quinta sessão seguida de avança. O movimento sustenta o dólar em relação a moedas rivais, mas a moeda norte-americana tem desempenho misto. O euro cai ao menor valor em cinco meses, ao passo que a libra avança no ritmo mais acelerado em uma semana. O iene está no patamar mais baixo em mais de 16 semanas.

Entre as moedas emergentes e correlacionadas às commodities, o dólar australiano sobe após dados sobre o emprego no país, enquanto a lira turca é cotado na mínima histórica. No geral, os ativos emergentes seguem sob pressão, com o índice MSCI em queda. Nas commodities, o barril do petróleo tipos WTI e Brent são cotados nos níveis mais altos em mais de três anos, sendo que o último se aproxima da faixa de US$ 80.

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Na agenda econômica do dia, saem dados dos EUA sobre os pedidos semanais de auxílio-desemprego e a atividade industrial na Filadélfia em maio, ambos às 9h30, além de indicadores antecedentes do país em abril (11h). Na Europa e o na Ásia, a agenda do dia está esvaziada.

No Brasil, o comunicado do Copom e a expectativa pela ata da reunião, na próxima terça-feira, devem pautar o comportamento do mercado doméstico, em meio ao calendário fraco do dia. A quinta-feira reserva dados regionais sobre a inflação ao consumidor (IPC-S) em meados deste mês e também detalhamento dos números do desemprego no país no início deste ano (9h).

No front político local, um ano após os episódios envolvendo a JBS (SA:JBSS3), o presidente Michel Temer tornou-se mesmo um líder decorativo, com a República grampeada por Joesley Batista colocando o governo em xeque desde então. Os investidores só querem saber quem irá assumir a Presidência a partir de 2019, diante da falta de forças do governo para aglutinar a base aliada e com a pauta econômica em frangalhos.

Em um encontro fora da agenda, Temer recebeu o empresário, que gravou uma conversa, na qual foi registrada a célebre frase “tem que manter isso, viu?”, quando o chefe do Executivo ouviu a informação de que o deputado cassado Eduardo Cunha estava recebendo mesada para permanecer calado na prisão. Doze meses depois, o ex-presidente da Câmara segue preso - e em silêncio - e os irmãos Batista ficaram proibidos de se ver até as vésperas do Dia das Mães.

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Aí, então, chega-se ao ponto em que o Brasil está entrando no processo eleitoral de 2018 com sinais crescentes de piora econômica, sem avanços nos ajustes necessários. As preocupações com a sucessão presidencial têm potencial de ampliar o impacto nos preços dos ativos, apesar do alívio passageiro com a decisão do Copom.

Ainda assim, ao final do desfecho das eleições, em outubro, o presidente eleito deve assumir um país sem crescimento, às voltas com a inflação e com a necessidade de amplas reformas para equilibrar as contas públicas. É o Brasil voltando alguns anos, 12 meses depois do “Watergate tupiniquim”. A única diferença é que o fato de ser credor externo faz o país ganhar tempo para solucionar o problema fiscal.

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