Buy America
Em dia de noticiário doméstico relativamente fraco, nossa bolsa opera em queda refletindo dados econômicos positivos nos Estados Unidos.
Indicativos de bom desempenho do mercado de trabalho voltam a alimentar bons prognósticos de crescimento econômico por lá, às vésperas da posse de Trump. Dólar se valoriza.
Nos juros, se estende a queda moderada das taxas longas observada desde ontem.
Faltou disposição
Franzi a testa para a decisão de Petrobras (SA:PETR4) de reajustar somente o diesel. Muito embora o óleo seja componente mais relevante nos resultados da empresa, o silêncio em relação aos preços de gasolina abre espaço para questionar a consistência da nova política de preços, introduzida pela companhia no final do ano passado.
Ontem conversava com o Carlos sobre o assunto, que muito apropriadamente lembrou que o México introduziu política de paridade semelhante — mas muito melhor estruturada, negociada com os diferentes setores sociais e avisada com enorme antecedência. Lá, reajustes recentes desencadearam protestos que incomodam ao governo federal.
Talvez tenha faltado disposição, por aqui, para correr o mesmo risco.
Pedacinho do Céu
De tanto assistir à TV Gazeta sábado à tarde, enfim fui convencido: vou comprar um apartamento.
Encontrei amplos imóveis de 42 metros quadrados e cinco suítes, com lazer completo: espaço kids, academia (blogueira fitness incluída), piscina coberta com sal do Himalaia, ciclovia privativa, espaço zen e churrasqueira gourmet.
Tudo para morar em meio à natureza (muito verde!), e com fácil acesso a São Paulo: são apenas quarenta e três quilômetros até o Rodoanel. Um verdadeiro pedacinho do céu financiado em suaves prestações ao longo de trinta anos.
É a oportunidade da minha vida, mas preciso correr: restam somente 816 unidades.
Mas antes, vou dedicar meu final de semana ao tempestivo Decisões Inteligentes em Imóveis. Não que isso vá mudar minha decisão, mas vai que…
Déjà vu?
Ontem foi um dia duro para quem apostava contra o renminbi. Com o governo chinês mexendo nos juros interbancários, ficou caro ficar short na moeda.
Isso já aconteceu antes. Em janeiro do ano passado, iniciativa idêntica gerou resultados de curto prazo semelhantes:
A propósito, elevar juros contra a desvalorização do câmbio foi a a receita do Banco da Inglaterra lá atrás, em 1992, no conhecido “Trade do Século” de George Soros.
O resto é história.
Ainda o tal Bitcoin
Quis a sorte (ou azar?) que, após minha nota sobre o Bitcoin na última segunda-feira, a moeda sofresse uma sacudida significativa. Em relação ao topo, queda acumulada é de pouco mais de 20 por cento.
Não adiantou insistir que vinha em missão de paz. Da próxima vez eu falo mal do Justin Bieber: possivelmente as reações serão menos raivosas…
Ainda assim, insisto em trazer mais um fato curioso: em azul, o renminbi; em branco, o Bitcoin:
Levantamos por aqui que, nos últimos seis meses, cerca de 98 por cento do volume de trading de Bitcoin no mundo se deu contra o renminbi. E a quase totalidade se deu por três ambientes de negociação. Será que o governo chinês, ávido por conter a saída de capitais do país, já atentou para isso?
Teve gente escrevendo perguntando se “agora era uma boa oportunidade para entrar”. Minha resposta é simples: por favor releia a longa nota que escrevi na segunda-feira.