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Café, Açúcar, Suco de Laranja e Cacau Começam 2022 com o Pé Esquerdo

Publicado 07.01.2022, 10:48
Atualizado 02.09.2020, 03:05

No mundo das commodities, eles são chamados de “agrícolas”. Mas, na realidade, o café robusta, o açúcar, o cacau e o suco de laranja poderiam ser chamados de “commodities da felicidade”, em razão da satisfação em consumi-los.

Mas o início de 2022 não tem sido nada feliz para o grupo, com seus preços caindo de 3% a 7% até o momento.

O clima e as restrições logísticas aparentemente foram um problema comum que impactou a demanda dessas commodities, embora fatores específicos também tenham entrado no jogo.

Vamos explorar cada um desses mercados para ver o que está acontecendo e saber o que os gráficos nos dizem em relação à direção dos seus preços no curto prazo.

Robsta semanal

Gráficos: cortesia de skcharting.com

Café robusta

No planeta dos grãos de café, o arábica e o robusta são realezas.

Dos dois, o arábica é amplamente aclamado como rei, consumido por 70% do mercado e classificado como grão premium preferido de redes renomadas de cafeterias, como Starbucks (NASDAQ:SBUX)  (SA:SBUB34) e Restaurant Brands (NYSE:QSR), da Tim Hortons, além da Dunkin Donuts.

O robusta, na condição de rainha, responde por quase todas as marcas de café instantâneo do mercado. O café instantâneo precisa de grãos “menos frágeis”, devido à sua vida útil mais longa, além de ser econômicos, ou simplesmente baratos, para que as massas consigam consumi-lo. O robusta atende esses requisitos, já que é rígido para armazenar e também é vendido a um preço menor do que o arábica, pois possui uma temporada de colheita mais longa. O robusta também é a escolha natural para o café descafeinado, devido ao seu grão de sabor mais amargo e ríspido, mantido após a descafeinação. Portanto, se você toma café descafeinado, é muito provável que seja robusta.

No momento em que escrevo, o contrato físico do arábica na ICE Futures dos EUA registrava alta de 2,6% no ano, estendendo o rali de 76% de 2021.

Mas o contrato futuro mais próximo do robusta, negociado na ICE Futures da Europa, apresentava queda de 7,2% desde o início de janeiro, divergindo em relação à sua espetacular valorização de 81% no ano passado.

O Vietnã é o maior produtor de robusta, que responde por cerca de 95% de todo o café cultivado no país do Sudeste Asiático. O Brasil também produz um grande volume de robusta, cultivado ainda, em menor extensão, em outros países asiáticos, como Indonésia e Índia, além de algumas partes da África, onde foi descoberto.

Jack Scoville, analista-chefe de agricultura do Price Futures Group, de Chicago, explica que o clima seco e as geadas no Brasil geraram muitos problemas neste ano para que os cafezais de robusta florescessem e produzissem os grãos exigidos pelos moedores.

“Não contêineres disponíveis no Vietnã ou no Brasil para transportar o café", disse Scoville, complementando:

“Está difícil de encontrar colhedores no Vietnã por causa dos transtornos da Covid. O Vietnã está recebendo pancadas de chuva isoladas na costa, mas, no interior, as condições são secas. O resto do Sudeste Asiático deve registrar chuvas esparsas nas ilhas e condições secas em terra. As condições de produção para a próxima safra na Colômbia não são muito boas”.

Sunil Kumar Dixit, estrategista técnico chefe do skcharting.com, disse que, apesar da abertura do ano apagada, o robusta poderia manter sua cabeça fora d’água e sair do seu atual ciclo no vermelho.

“Seria importante que o grão se firmasse acima da faixa intermediária semanal da Banda de Bollinger a US$2247, para que o movimento de alta continuasse e desafiasse o topo recente a US$2499”, explicou Dixit.

Açúcar semanal

Açúcar

O contrato à vista do açúcar em bruto na ICE Futures registrava alta de 22% no ano, estendendo o rali iniciado logo após o surgimento da Covid-19, em 2020, causar transtornos à produção e à oferta do adoçante no mercado global.

Desde o início de 2022, entretanto, o contrato futuro do açúcar físico nos EUA acumula queda de 3,7%.

Parte da fraqueza recente no açúcar vem desde o fim de 2021, quando as condições da Covid foram agravadas pela variante ômicron, provocando uma queda de demanda na Europa, onde foram decretadas novas restrições por preocupações com as infecções, disse Scoville.

“Algumas lojas e restaurantes estão fechando nos EUA”, disse ainda Scoville.

“No entanto, os efeitos da nova variante estão se mostrando mais brandos, portando o temor é menor. Dizem que há oferta disponível na Índia e Tailândia, mas será necessário um preço mais forte para que entrem no mercado".

Dixit afirmou que os preços do açúcar no gráfico semanal encontram-se abaixo do meio da Banda de Bollinger de 19,42 centavos e estão levemente acima da média móvel exponencial de 50 semanas a 17,96.

“A leitura sobrevendida do estocástico de 6,97/14,77 indica uma provável reversão altista para a região de 19,40-20,40”, afirmou.

“No entanto, um rompimento abaixo de 17,96 poderia estender a fraqueza do açúcar para 16,50 e a média móvel simples de 100 semanas a 15,50.”

Cacau semanal

Cacau

O cacau encerrou 2021 com leve queda de 3,2% e desempenho abaixo de outras commodities agrícolas.

Neste ano, ampliou as perdas em 3,9%.

O ingrediente para confecção de alimentos e bebidas, como chocolates, sorvetes e bolos, é basicamente considerado como um item de luxo e se dá bem em momentos de bem-estar. A disparada das infecções por Covid e as restrições decretadas não fizeram bem ao cacau, que sofreu com a disseminação das variantes delta e ômicron.

Dixit disse que o cenário mais amplo do cacau não era encorajador no curto prazo, podendo permanecer preso na zona vermelha e bem abaixo das principais médias móveis.

“Os preços estão presos na faixa de US$2630 a 2320”, afirmou.

“No curto prazo, o cacau deve se enfraquecer ainda mais, até abaixo de US$2300”.

Suco de laranja semanal

Suco de laranja

O suco de laranja é um dos produtos mais consumidos pelos americanos no café da manhã, geralmente complementando o café como acompanhamento de torradas ou até mesmo substituindo-o.

O suco de laranja é negociado congelado e concentrado no mercado e encerrou o ano passado com uma alta de quase 19%.

Mas, desde o início de janeiro, o produto acumula queda de 3,4%.

Scoville citou as boas condições de cultivo na maioria das regiões produtoras do mundo, principalmente na Flórida e México, gerando a percepção de uma oferta maior, inclusive no Brasil, onde se dizia que o clima ruim poderia reduzir a safra.

“A produção no Brasil caiu no ano passado, devido às condições secas no momento da floração e à geada antes da colheita”, disse Scoville.

“Mas as condições climáticas na Flórida são, em geral, boas para as plantações, com algumas pancadas de chuvas e temperaturas quentes. As condições de cultivo na região Centro-Sul do México são consideradas boas e com chuvas, o que se estende para sua região oeste e norte”.

Dixit observou que o suco de laranja enfrentou dificuldades para superar a máxima de agosto a US$1,48 e pode continuar com baixo desempenho, a menos que faça um rompimento altista sem registrar mínimas mais baixas.

“Os preços precisam de força para romper para cima e atingir o alvo de US$1,52”, declarou.

“Uma correção no curto prazo pode fazer com que o suco de laranja caia até US$1,33”.

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

 

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