Levantamentos do Cepea mostram que os preços do café estão subindo com força ao longo de dezembro. Para o arábica, a saca de 60 kg é negociada bem próxima de R$ 1.000, o maior patamar nominal desde a primeira dezena de junho deste ano. Para o robusta, os valores se aproximam dos R$ 775/saca de 60 kg, sendo os mais altos, em termos nominais, desde maio de 2022. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem fatores como a quebra no Vietnã, importante produtor de robusta, que tem deslocado a demanda internacional ao Brasil. Além disso, muitos cafeicultores seguem preocupados com os impactos do clima sobre as lavouras da safra 2024/25, em decorrência do fenômeno El Niño – esse cenário tem gerado especulações de menor colheita na próxima temporada brasileira tanto de arábica quanto de robusta.
ARROZ: COM NOVAS ALTAS, INDICADOR SOBE 8% NA QUINZENA
As cotações do arroz em casca registraram novos e significativos avanços no Rio Grande do Sul. Na primeira quinzena de dezembro, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% grãos inteiros, com pagamento à vista) acumulou valorização de 8,3%, fechando na média de R$ 130,06/sc de 50 kg no dia 15. Segundo pesquisadores do Cepea, o forte movimento de alta reflete, principalmente, a oferta pontual de arroz em casca no mercado doméstico. Do lado da demanda, a maioria das indústrias continua retraída, com presença ativa somente por parte de unidades que visaram alongar os estoques, pautadas no possível atraso da colheita da safra 2023/24, decorrente do clima adverso. Alguns desses compradores encontraram poucos produtores mais flexíveis, mas no geral a liquidez é baixa.
ALGODÃO: PREÇOS SEGUEM FIRMES MESMO COM MERCADO SPOT LENTO
Os preços do algodão em pluma têm se mantido firmes, mesmo em meio à baixa liquidez do mercado spot nacional. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, iniciou esta semana a R$ 3,9810/lp, aumento de 3,6% em relação à segunda-feira anterior, acumulando alta também de 3% na parcial do mês (até o dia 18). Segundo pesquisadores do Cepea, o ritmo de negócios tem diminuído de forma gradativa, diante da proximidade do recesso de final de ano e/ou férias coletivas, período que é geralmente marcado pela dificuldade na logística de carregamento e/ou recebimento. Com isso, prevalecem apenas as efetivações de contratos a termo. Já as exportações da pluma seguem intensas. A atual média diária de exportação está em 12,238 mil toneladas, contra 7,987 mil toneladas em dezembro/22 (+53,2%), segundo dados da Secex.